Mais de 700 mil cidadãos da Síria já se registraram ou estão esperando para se registrarem como refugiados em países vizinhos em meio a escalada de violência na região, afirmou nesta terça-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Segundo a porta-voz da organização, Sybella Wilkes, houve um grande aumento no número de solicitações para registro de refugiados nas últimas semanas. "As necessidades são enormes", afirmou a porta-voz, acrescentando que os agentes da ONU não estão conseguindo "atender todas as pessoas rápido o bastante",
Wilkes informou que o número de sírios registrados como refugiados ou em processamento de espera nos países vizinhos atingiu 703.314 na segunda-feira. Deste número, segundo ela, mais de 581 mil foram registradas. Além disso, os agentes humanitários estão fazendo o seu melhor para ampliar o processo de registro "para acabar com o atraso", afirmou.
Wilkes apontou que no mesmo momento do ano passado, a agência da ONU havia registrado apenas algumas centenas de refugiados sírios a cada mês no Líbano. "Agora, o objetivo é registrar 45 mil por mês", disse ela, acrescentando que a média atual é de cerca de 32 mil.
Para a Jordânia, que tem recebido um afluxo maciço nas últimas semanas, o plano é tentar registrar 50 mil pessoas só em fevereiro, disse Wilkes.
Cerca de quatro milhões sírios dependem da assistência internacional para lidar com as consequências do conflito de 22 meses. A ONU estima que mais de 60 mil pessoas já morreram na guerra civil do país.
Nesta terça-feira, ativistas disseram que os militares sírios continuam em conflito com os rebeldes pelo controle de um complexo de inteligência do governo, onde líderes dos insurgentes estão sendo detidos. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, os confrontos estão ocorrendo na cidade de Deir el-Zor, próximo a fronteiro com o Iraque.
O Observatório afirmou que os rebeldes conseguiram tomar o controle de grande parte do complexo do governo, incluindo a prisão, de onde libertaram pelo menos 11 líderes da oposição. Não está claro se as pessoas libertadas são militantes ou ativistas.
As informações são da Dow Jones e da Associated Press.