A Organização das Nações Unidas (ONU) informou nesta segunda-feira (15) ter retirado suas forças de paz de diversas posições nas Colinas de Golã devido à escalada dos conflitos entre o governo sírio e militantes da oposição.
A situação se deteriorou muito nos últimos dias e os avanços de grupos armados representam "uma ameaça direta à segurança e à proteção das forças de paz da ONU" ao longo do lado sírio da fronteira e do Campo Faouar, onde muitos soldados estão posicionados, disse o porta-voz das Nações Unidas, Stephane Dujarric. Ele afirmou que todas as tropas nessas áreas foram realocadas para o lado israelense da fronteira.
Os chamados capacetes azuis foram retirados no final de semana e estão agora no Campo Ziouani, uma das principais bases da ONU no lado israelense, informou uma autoridade das Nações Unidas, sob condição de anonimato. O segundo porta-voz da organização, Farhan Haq, disse não achar que todos os postos foram esvaziados. "Mas a condição obviamente se deteriorou em uma larga porção do território, então nós tivemos que deixar muitos lugares", ele disse.
A decisão da ONU foi tomada após o sequestro de 45 membros das forças de paz, que foram libertados na semana passada. Eles foram capturados por combatentes da Frente Al-Nusra - organização ligada à Al-Qaeda - na região das Colinas de Golã controlada pela Síria.
Dujarric afirmou que a missão das Nações Unidas "continua a usar todos os ativos possíveis para dar continuidade às tarefas exigidas por seu mandato neste ambiente excepcionalmente desafiador". Apesar da violência do conflito sírio em Golan, autoridades da ONU e diplomatas insistem na importância do papel da organização para manter a estabilidade no Oriente Médio. Na semana passada, o porta-voz disse que o mandato da ONU na região deve ser renovado.
Uma força das Nações Unidas com cerca de 1,2 mil homens patrulham a zona de segurança, na fronteira entre a Síria e Israel, desde 1974, após o fim da guerra árabe-israelense. Por quase quatro décadas, os monitores da ONU ajudaram a garantir uma trégua sustentável entre israelenses e sírios, mas os efeitos colaterais da guerra civil na Síria levaram ao sequestro de quatro grupos dos capacetes azuis desde março de 2013.
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