Delegações de mais de 194 países iniciam nesta segunda-feira (2), em Bonn, na Alemanha, reunião de cinco dias, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), para discutir as propostas que serão levadas para a próxima conferência do clima, que acontece no final do ano em Cancun, no México. Os principais assuntos em pauta são: acordos para o corte de emissões de gases de efeito estufa pelas nações mais ricas e a promessa de criação de um fundo para os países mais pobres adotem medidas em casos de eventos climáticos extremos, como secas e enchentes. Uma nova rodada de conversação está prevista para outubro, na China.

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A frustrada tentativa de discutir a lei do clima no Senado norte-americano terá forte impacto nas negociações internacionais para fechar um novo acordo de controle do aquecimento global. A decisão americana de retirar o tema da agenda de discussões mais imediata aumentou a desconfiança entre os países mais pobres sobre as intenções dos Estados Unidos e outros países industrializados de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, que dá poder a estas ricas economias, mas que colocam a Terra em risco de superaquecimento, segundo ativistas.

A divisão entre as nações mais ricas e os pobres ampliou-se depois do fracasso da conferência do clima em Copenhague, em dezembro do ano passado, quando o grupo não conseguiu fechar um acordo para a elaboração documento final com o protocolo de intenções sobre as mudanças climáticas.

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A retirada da lei que prevê a redução das emissões de dióxido de carbono nos Estados Unidos, considerado um dos grandes culpados pelo aquecimento global, "tem o mesmo efeito", disse Kelly Dent, da Oxfam International. Segundo ele, a medida acabou decepcionando países que esperavam que a administração do presidente Barack Obama liderasse as negociações climáticias, disse ela, de Bonn.

Os Estados Unidos não recuaram da proposta feita em Copenhague, de reduzir em 17% as emissões abaixo dos níveis registrados em 2005 ao longo do período de 10 anos. Christiana Figueres, que presidirá as conversações sobre clima pela primeira vez desde que assumiu a secretaria executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas um mês atrás, disse que as nações industrializadas precisam reduzir o nível de emissões se quiserem manter o aquecimento global em níveis controláveis neste século. As promessas dos países industrializados variam de reduções entre 12% e 19% abaixo de níveis registrados em 1990, disse ela aos repórteres na semana passada. Os cientistas das Nações Unidas afirmam que será preciso cortar as emissões entre 25% e 40% até 2020.