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O Gabinete da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) fez uma revisão neste mês dos números divulgados pelo Hamas sobre a morte de civis na Faixa de Gaza, passando a adotar uma contagem bem abaixo do indicado inicialmente pela milícia palestina.
No dia 8 de maio, a agência das Nações Unidas observou que os dados anteriores defendidos pelo grupo terrorista - de 9.500 mulheres e 14.500 crianças mortas durante o conflito nos últimos sete meses - foram colocados em xeque pela própria milícia, que declarou ter "informações incompletas" sobre as mortes. A ONU não consegue verificar de forma independente esse dados e parte de números revelados pelo Ministério da Saúde do enclave e pelo Escritório de Imprensa de Gaza, ambos controlados pelo Hamas.
Depois da revisão, as mortes consideradas "identificadas", na verdade, apontam para metade do que foi divulgado até o momento pelos terroristas. Os novos números usados pela ONU apontam para 4.959 mulheres e 7.797 crianças mortas, o que evidencia a impossibilidade de confiar nas declarações do Hamas sobre a guerra (os novos números constituem uma redução de 52% no número relatado de mulheres mortas e uma redução de 53% no número relatado de crianças).
Além disso, a milícia classifica qualquer indivíduo com menos de 18 anos como criança, o que também influencia na percepção das informações, já que um número significativo de combatentes é adolescente.
No mês passado, lideranças do Hamas disseram que aproximadamente 10 mil mortes de civis palestinos não são podem ser confirmadas. O governo de Gaza, controlado pelo Hamas, também parou de afirmar nessa ocasião que 70% das mortes no enclave são de mulheres e crianças, uma propaganda que foi fortemente usada para dissuadir a opinião internacional sobre a guerra.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse em uma coletiva de imprensa recente que as agências do país acreditam que cerca de 14 mil terroristas foram mortos nos combates, enquanto as Forças de Defesa (FDI) fornecem esse número como 15 mil. Já os dados sobre civis chegam a 16 mil, segundo levantamento do governo.
No domingo (13), Netanyahu afirmou que a proporção de combatentes do Hamas em relação aos civis de Gaza mortos era de cerca de um para um.