Países como a Libéria, na África Ocidental, estão entre os que mais sofrem com a epidemia| Foto: REUTERS/James Giahyue

A ONU estimou nesta terça-feira (16) em US$ 1 bilhão a quantia necessária para controlar a epidemia de ebola na África Ocidental, valor dez vezes maior do que o calculado há um mês.

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O coordenador da ONU para a luta contra o ebola, David Nabarro, explicou em entrevista coletiva que essa avaliação se baseia no fato do alcance e gravidade da epidemia ter duplicado neste período.

De fato, os últimos dados indicam que o número de casos aumentou para 4.985 e 2.461 pessoas morreram.

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O aspecto mais grave e preocupante é que 40% dos casos surgiram nos últimos 21 dias.

O plano de ação foi apresentado hoje nas Nações Unidas para se solicitar contribuições dos Estados-membros.

Segundo cálculos do próprio Nabarro, hoje só se conta com 30% dos fundos necessários. O US$ 1 bilhão solicitado, se for arrecadado, será utilizado nos três países mais afetados (Guiné, Libéria e Serra Leoa) em ações para se conseguir cinco objetivos prioritários: deter os contágios, tratar os infectados, assegurar os serviços essenciais, preservar a estabilidade nos locais mais atingidos e prevenir novos surtos em áreas que não registraram contágios.

Para deter a epidemia é fundamental identificar as pessoas que já estão contaminadas e para isso seria necessário destinar US$ 189,5 milhões. Além disso, US$ 23,8 milhões seriam utilizados para se garantir funerais mais seguros.

Um grande foco de contágio desde o início são os funerais, pois segundo a tradição local é costume abraçar os mortos, o que acaba colocando as pessoas em contato com os fluidos corporais dos infectados.

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Segundo o plano, mais US$ 331,2 milhões devem ser destinados para o tratamento dos doentes e US$ 14 milhões para cuidar do corpo médico.

Além disso, para poder manter os serviços essenciais, são essenciais US$ 107,7 milhões para alimentação, US$ 97,1 milhões serviços sanitários não relacionados ao ebola, US$ 2,5 milhões para dividir como incentivo para os trabalhadores sanitários locais e US$ 64,8 milhões para recuperar a economia local.

A secretária-geral adjunta da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, revelou que atualmente mais pessoas morrem devido a patologias como tuberculose e malária e de doenças crônicas do que pelo ebola, e pediu esforços para evitar "o colapso total dos sistemas de saúde" dos países afetados.

Para preservar a estabilidade, o plano estipula que se invistam US$ 42,6 milhões para se adquirir o material necessário para enfrentar a epidemia, US$ 23,4 milhões para transporte e combustível, US$ 45,8 milhões para mobilização social e US$ 3,2 milhões para campanhas de comunicação. O plano estabelece ainda um fundo de US$ 11,9 milhões para dar um apoio "regional" aos países.

Finalmente, para evitar que o vírus se transmita para outros deveriam ser investidos US$ 30,5 milhões, o que eleva o total solicitado para US$ 987,8 milhões, segundo o documento.

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O relatório indica também que mais de 22 milhões de pessoas vivem nas zonas onde há transmissão ativa do vírus do ebola e 4,3 milhões se encontram em áreas onde foram registradas pelo menos 20 mortes pela doença.