Terrorismo
Washington acredita que há chance de retaliação do EI
Reuters
Os Estados Unidos disseram ontem que acreditam que há uma grande chance de ataques de retaliação do Estado Islâmico contra participantes da coalizão liderada pelos norte-americanos por conta dos ataques aéreos contra o grupo militante iniciados em setembro. Em uma atualização regular do boletim Worldwide Caution sobre ameaças em potencial, o Departamento de Estado ressaltou que os EUA e os parceiros regionais começaram a ação militar contra o Estado Islâmico em 22 de setembro. "Em resposta aos ataques aéreos, o EI pediu aos militantes para atacar estrangeiros independentemente do local em que estejam", acrescentou. "As autoridades acreditam que aumentou a probabilidade de ataques de retaliação contra os EUA, países ocidentais e parceiros da coalizão ao redor do mundo, especialmente no Oriente Médio, no Norte da África, na Europa e na Ásia."
Combates
O novo enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, advertiu ontem que de 500 a 700 civis estão encurralados na cidade curda de Kobane, na Síria, onde pesados combates estão sendo travados com o Estado Islâmico.
O novo enviado da Organização das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, disse ontem que pelo menos 500 civis ainda estão presos na cidade síria curda de Kobane, na fronteira com a Turquia, sitiada pelo grupo Estado Islâmico (EI). Segundo ele, os civis provavelmente "serão massacrados" se caírem nas mãos dos extremistas.
O alerta do enviado foi feito depois de o grupo ter avançado sobre Kobane nesta semana pela primeira vez desde o lançamento da ofensiva contra a cidade, em meados de setembro. Os ataques fizeram com que mais de 200 mil pessoas fugissem para a Turquia.
Ativistas dizem que os combates por Kobane já deixaram mais de 500 mortos. Os militantes bombardearam ontem uma passagem de fronteira com a Turquia numa tentativa de e isolar Kobane.
De Mistura disse que uma análise da situação em terra, feita pela ONU, mostra que apenas uma pequena parte da cidade continua aberta para que as pessoas entrem ou saiam do local.
Segundo ele, há entre 500 e 700 idosos e outros civis que estão presos no local, enquanto outras 10 mil a 13 mil pessoas estão presas numa área próxima, perto da fronteira.
O enviado da ONU, que fez as declarações em Genebra, lembrou os genocídios de Ruanda, em 1994, e da cidade bósnia de Srebrenica, em julho de 1995, ao fazer um apelo ao mundo para evitar outra catástrofe.
Se a cidade cair nas mãos dos combatentes do Estado Islâmico, "sabemos o que eles são capazes de fazer", disse o diplomata ítalo-sueco indicado para o cargo em julho.
Os civis de Kobani "serão muito provavelmente massacrados", afirmou De Mistura. "Quando há uma ameaça iminente a civis, não podemos, não devemos ficar em silêncio." De Mistura fez um apelo às autoridades turcas para que permitam que voluntários e equipamentos sigam para Kobani em auxílio aos combatentes sírios curdos.
O porta-voz do Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Adrian Edwards, informou que os conflitos em Kobane levaram 172 mil sírios curdos a migrarem para a Turquia. Outros foram levados para os campos de refugiados de Gawilan e Newroz, sob controle da Acnur. Edwards citou relatos refugiados de atos de brutalidade cometidos pelo Estado Islâmico, incluindo sequestro de centenas de civis, torturas e decapitações.
Espanha envia 300 soldados para o combate
A Espanha informou que vai enviar 300 soldados para ajudar o Exército do Iraque a combate o grupo extremista Estado Islâmico. O ministro da Defesa, Pedro Morenes, afirmou ontem que as tropas, parte da coalização liderada pelos EUA, não seriam enviadas para combate, mas alertou que qualquer coisa pode acontecer. Segundo Morenes, o objetivo da operação, que vai durar de sete a oito semanas, é conter o avanço do Estado Islâmico treinando tropas iraquianas para lidarem com explosões, eliminação de minas terrestres e operações especiais. O Parlamento espanhol tem de aprovar a decisão e a oposição não parece favorável. Seria a primeira vez que soldados espanhóis entrariam no Iraque desde 2004, quando a Espanha retirou tropas integrantes da coalizão liderada pelos EUA no Iraque.
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