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O enviado especial da ONU no Haiti, o chileno Juan Gabriel Valdés, expressou nesta segunda-feira sua preocupação de que grupos criminosos impeçam a realização das eleições haitianas, programadas para o fim do ano.

Os 7.000 militares e 2.500 policiais da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) tentarão neutralizar estes grupos, disse Valdés, que considerou que "seria muito cruel com o povo haitiano não permitir que sua situação se normalize".

Valdés disse que todos os haitianos, tanto os que defendem o processo de transição como os que foram marginalizados, devem tirar esse país da situação terrível em que está, e acrescentou que o processo eleitoral é o melhor caminho para fazer isso.

Em 9 de outubro, o Haiti realizará eleições municipais e, em 13 de novembro, fará eleições legislativas e o primeiro turno das presidenciais. Caso haja necessidade de um segundo turno, este acontecerá em 18 de dezembro.

O chileno lamentou a morte de civis em confrontos com grupos armados, mas afirmou que não se pode pedir que as forças permaneçam inalteradas diante de grupos que degolam policiais, usam mulheres e crianças como escudos humanos, atacam motoristas e atiram contra nossas tropas duas ou três vezes por dia.

Em 2004, o Haiti foi palco de uma violenta crise que acabou com a saída da Presidência e do país de Jean-Bertrand Aristide e a instauração de um governo provisório com apoio de uma força militar da ONU.

Aristide, atualmente exilado na África do Sul, saiu do Haiti em 29 de fevereiro de 2004, supostamente sob proteção de marines dos EUA, que acusou de seqüestro político, o que depois foi desmentido das autoridades dos EUA.

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