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Área queimada no estado do Pará: meta é elevar porcentual de terra protegida do planeta de 13% para 20% | Antonio Scorza/AFP
Área queimada no estado do Pará: meta é elevar porcentual de terra protegida do planeta de 13% para 20%| Foto: Antonio Scorza/AFP
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Tóquio - Delegados de mais de 190 países deram início ontem, em Nagoya, no Japão, a uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) cujo objetivo é assegurar a sobrevivência de várias espécies e ecossistemas ameaçados pela poluição, exploração e invasão de seus habitats.

A maratona de duas semanas de negociações da Convenção so­­bre Diversidade Biológica da ONU enfrenta divergências entre países ricos e pobres a respeito de quais ações devem ser tomadas – as mesmas que impediram o avanço das negociações climáticas.

Cientistas advertem que a menos que comecemos a tomar mais medidas de prevenção o número de espécies em extinção vai aumentar e o intrincado meio ambiente sofrerá danos com consequências devastadoras.

"Estamos à beira de um grande aumento do número de extinções", disse Russ Mittermeier, presidente da Conservação Internacional e biólogo de campo que há décadas estuda os primatas. "Ecossistemas saudáveis são a base para o desenvolvimento humano."

Se uma parte da complexa rede de organismos vivos desaparecer – como as abelhas, que têm um importante papel na po­­linização e cujos números estão diminuindo – todo o sistema pode entrar em colapso, afirmam os cientistas.

Os delegados reunidos em Na­­goya, a 270 quilômetros a Oeste de Tóquio, para a 10.ª reunião da convenção desde que ela surgiu durante a Cúpula da Terra em 1992, deverão estabelecer 20 medidas mensuráveis para a pró­­xima década e tentar diminuir ou interromper as atuais tendências.

Metas

Eles estudam três assuntos-chave: fixar novos objetivos para frear a perda de espécies antes de 2020, encontrar um acordo in­­ternacional sobre as condições de acesso das indústrias do Norte aos recursos genéticos do países do Sul e esboçar a evolução da ajuda aos países mais pobres para proteger os recursos naturais.

A busca de um marco jurídico para repetir equitativamente os benefícios obtidos pela exploração dos recursos genéticos – es­­sencialmente plantas, com apli­­cações farmacêuticas, a química e a cosmética – estará no centro dos debates.

Uma das questões que atraem mais atenção é a proposta para estabelecer grandes áreas de preservação em terra e no oceano, embora os países em desenvolvimento se recusem a interromperem suas perspectivas de desenvolvimento econômico.

Outro ponto de disputa será a tentativa de criar uma estrutura legal para dividir, de forma equitativa, o acesso e benefícios de fontes genéticas, como plantas que têm valor medicinal.

Fracasso

A convenção de biodiversidade não tem um histórico particularmente bom. Por exemplo, não conseguiu atingir os objetivos globais estabelecidos em 2002 para melhorar a proteção da biodiversidade. Cientistas estimam que a Terra esteja perdendo espécies num ritmo entre cem e mil vezes maior do que a média histórica. Entre os 20 objetivos para 2020, está um acordo sobre a porcentagem de terra e mar que será designado como área protegida.

O esboço do acordo sugere que o porcentual de terra seja elevado dos atuais 13% para algo entre 15% e 20%. Mas ne­­nhum objetivo foi determinado para os oceanos, dos quais menos de 1% são atualmente protegidos. Cen­­to e noventa e três países fazem parte da convenção da biodiversidade.

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