Sede da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), em Viena, Áustria.| Foto: Divulgação/OPEP
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A aliança Opep+ confirmou nesta segunda-feira (3), após uma teleconferência do seu Comitê Conjunto de Supervisão Ministerial (JMMC), que a partir de maio irá retirar 1,16 milhão de barris por dia (mbd) do mercado com base em cortes “voluntários” de vários de seus membros.

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Em comunicado, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) faz alusão a decisões inesperadas comunicadas por vários países no domingo sobre novas limitações à oferta de petróleo e que impulsionaram fortemente o preço do petróleo bruto.

Os preços do petróleo dispararam nesta manhã, com o barril de Brent, principal referência internacional, subindo 6.2%, chegando a US$ 84,82.

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O comunicado detalha que o novo corte é compartilhado entre Arábia Saudita, que reduzirá seu bombeamento em 500 mil barris por dia, Iraque (211 mil bd), Emirados Árabes Unidos (144 mil bd), Kuwait (128 mil bd), Cazaquistão (78 mil bd bd), Argélia (48 mil bd), Omã (40 mil bd) e Gabão (8 mil bd). Todas essas reduções "voluntárias", ou seja, sem um acordo vinculativo e consensual dentro da aliança, serão aplicadas de maio até o final de 2023.

A este anúncio, junta-se outra redução de 500 mil barris por dia por parte da Rússia, realizada em fevereiro. E que, segundo anúncio do vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, realizado neste domingo (2), deve se estender até o final do ano.

"O total de ajustes voluntários adicionais de produção (...) será de 1,66 mbd", afirmou a nota da Opep+.

Em outubro passado, o grupo de 23 países já havia adotado um corte acentuado, de 2 milhões de barris por dia.

O JMMC, órgão interno e consultivo da Opep+, “tomou nota de que se trata de uma medida de precaução destinada a apoiar a estabilidade do mercado petrolífero”, destacou o comunicado.

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A decisão desse grupo, que controla cerca de 40% da oferta mundial de petróleo, surpreendeu os mercados. Os analistas haviam dito não esperar que a Opep+ modificasse seus níveis de oferta neste momento.

Repercussões

Entre os grandes consumidores, a notícia alimentou o temor de novas pressões inflacionárias.

"Acreditamos que esses cortes não são recomendados neste momento devido à incerteza do mercado e deixamos isso claro", disse ontem à EFE um porta-voz do Conselho de Segurança da Casa Branca.

Por sua vez, o Kremlin saiu hoje em defesa dessa "importante medida" que, entre outras coisas, teria como objetivo garantir investimentos no setor. Os cortes servem para "manter os preços mundiais do petróleo e derivados no nível apropriado", destacou Dmitry Peskov, porta-voz da presidência russa, em Moscou.

Já o comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, alertou que a decisão da Opep+ deixa claro que o mercado petrolífero “é um mercado artificial” e defendeu o abandono das fontes fósseis o mais rápido possível.

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“Depois desta decisão, é urgente, verdadeiramente urgente, deixar de depender dos combustíveis fósseis porque quem os controla, ou pelo menos controla a parte maior, está brincando com isso”, criticou Breton em entrevista à emissora de rádio France Info.