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Uma ópera escrita por um americano que tem Fidel Castro como um dos protagonistas estreou para dezenas de espectadores na 12ª Bienal de Havana. Em um cenário construído sobre o gramado da Escola Superior de Arte, cerca de 30 pessoas, incluindo o coro, deram vida a “Cubanacán”, na noite desta quinta-feira. A ópera narra a criação da própria escola por ordem do ex-presidente, em 1961, sobre o antigo Havana Country Club.

Jovens sentados no gramado do antigo campo de golfe e dezenas de pessoas em cadeiras de plástico escutaram a história na voz de Roger Quintana, um intérprete jovem e barbado, que representava Castro, acompanhado de seu colega, o comandante Che Guevara, e do arquiteto da obra, Ricardo Porro.

— É uma honra interpretar Fidel, que é o líder histórico da revolução e que sonhou, junto com muitas pessoas, essa cidade das artes — disse Quintana à Associated Press.

Ambientada no final dos anos 50 e início dos 60, a obra foi escrita e produzida pelo americano Charles Koppelman e musicada pelo compositor Roberto Valera. Rumba, ritmos tropicais e roupas coloridas adornam a ópera, que, em determinado momento, incorpora um coro que canta: “Vamos todos com Fidel”.

Koppelman rebateu a acusação de que seu espetáculo seria relacionado à atual aproximação entre Cuba e Estados Unidos, anunciada pelos presidentes de ambos os países em dezembro.

— Na realidade, comecei a escrever a ópera há 12 anos. Demorou todo esse tempo para chegar até esta noite — afirmou o autor minutos antes da apresentação. — Há cerca de um ano, a Bienal nos convidou a nos apresentarmos aqui.

A 12ª Bienal de Havana, prevista para acontecer de 22 de maio até 22 de junho, traz à ilha quase mil artistas de 40 países.

Apesar da ópera não ser um gênero comum em Cuba, “Cubanacán” não é a primeira a estrear na ilha.

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