Pelo menos 131 pessoas morreram e 86 ficaram feridas nos primeiros 40 dias de uma operação para erradicar o cultivo de ópio no Afeganistão, informou nesta terça-feira o vice-ministro afegão de Antinarcóticos, Mohammed Ibrahim Azhar.

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"O número de mortos na luta contra o tráfico praticamente dobrou em relação ao último ano, sendo que sua principal ameaça continua sendo a ação dos talibãs, além de outros elementos antigovernamentais", assinalou Azhar ao fazer um balanço da campanha.

Segundo o político, que se reuniu com a imprensa em Cabul para apresentar o saldo parcial desta operação, entre mortos e feridos se encontram policiais, soldados do Exército Nacional do Afeganistão (ANA), fazendeiros, motoristas de tratores e um topógrafo.

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O Afeganistão é o principal produtor de papoula do mundo, sendo que, no último ano, 75% da heroína mundial procedeu deste país. De acordo com Azhar, a atual campanha já conseguiu destruir entre 5 mil e 6 mil hectares de cultivos de ópio.

A operação, que foi iniciada no dia 20 de março, já foi finalizada nas províncias de Farha, Helmand e Kanadahar, enquanto permanece ativa em Nangarhar, Badghis e Laghman.

Posteriormente, a campanha também será desenvolvida nas províncias nortistas de Baghlan, Faryab e Badaskhan.

O vice-ministro assinalou que o objetivo desta operação é controlar 15 mil hectares mas, devido às altas temperaturas e às dificuldades da ANA em prestar apoio, os avanços são lentos.

Azhar também ressaltou que "os afegãos não são os únicos responsáveis pelo cultivo da papoula", já que, se não houvesse "demanda dos países estrangeiros, o cultivo diminuiria naturalmente".

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O vice-ministro afegão ressaltou que "as máfias internacionais ganham US$ 70 bilhões ao ano com o tráfico de drogas afegãs, mas somente 5% fica em nosso país, um fato que nos dá uma má reputação".

Apesar dos esforços dos aliados para reduzir o cultivo de papoula e potenciar outros tipos de plantações, as plantações de ópio continuam sendo fonte para milhares de habitantes no país.

No início de abril, o Escritório da ONU contra Drogas e Crime (UNODC) no Afeganistão anunciou que o cultivo de ópio cresceu pelo "terceiro ano consecutivo" devido ao "alto preço" desta droga e ao "aumento da insegurança" no país.

No relatório de Avaliação de Riscos do Ópio no Afeganistão 2013, a UNODC indicou que a insegurança e a falta de subsídios à agricultura estão diretamente ligadas ao cultivo do ópio.