La Paz Um policial morreu e pelo menos 13 pessoas ficaram feridas ontem, durante uma operação de reintegração de posse de terrenos urbanos invadidos na cidade de Oruro, na Bolívia, afirmaram autoridades.
O governador do departamento de Oruro, Luis Aguilar, disse que a operação foi determinada por uma ordem judicial e lamentou a violência com que os invasores reagiram. "É compreensível que as pessoas queiram terras, mas esse tipo de ocupação não é aceitável", declarou Aguilar, por telefone, confirmando que um policial que participava da operação morreu baleado.
Aguilar acrescentou que pelo menos 11 invasores e outros dois policiais sofreram ferimentos de gravidades diversas. A imprensa local afirmou que não havia ficado clara a origem dos disparos e citou declarações do vice-ministro da Presidência, Alfredo Rada, assegurando que o governo não autorizou o uso de armas de fogo na operação de reintegração de posse. "Se for confirmado (o uso de armas de fogo), responsabilidades terão de ser esclarecidas em uma investigação ... O governo nacional lamenta essa situação. Conhecíamos os riscos, foram tomadas decisões, mas o uso de armas de fogo não foi autorizado", disse Rada. A desocupação foi realizada depois que uma das famílias proprietárias dos terrenos ocupados ganhou uma ação contra os sem-teto, segundo Aguilar.
Na região de Guarayos, no distrito de Santa Cruz, grupos de camponeses enfrentaram indígenas pela posse de terras, reivindicadas por um empresário. O governo disse na quinta-feira que enviou 50 policiais a Guarayos para restabelecer a ordem, enquanto realizava uma investigação para determinar quem detém os direitos de posse sobre as terras. O ministro do Desenvolvimento Rural, Hugo Salvatierra, disse a jornais locais que o conflito de Guarayos não pode ser atribuído à "revolução agrária" recém-lançada pelo governo de Evo Morales, que pretende fazer uma grande redistribuição de terras entre camponeses e indígenas.