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Operação Caraxué

Operação da PF combate prostituição de brasileiros na Europa

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira a Operação Caraxué, que tenta identificar e prender uma quadrilha especializada no aliciamento de pessoas para a prostituição na Europa. Para o cumprimento dos mandados de prisão em Uberlândia, Florianópolis, São Paulo e Franca (SP) participam 48 policiais federais.

A PF monitorou os integrantes da quadrilha durante três meses a partir de denúncias de aliciamento de travestis na região do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba. A quadrilha tem aliciadores identificados em todo o país, sendo dois identificados em São Paulo. O nome da operação é um sinônimo de proxeneta, aquele que vive da prostituição alheia.

A quadrilha era liderada por um travesti conhecido como Loraine, que mora atualmente em Uberlândia. Loraine já morou na Itália, onde tem uma casa que abriga pessoas que se prostituem na cidade de Milão. A quadrilha também recrutava travestis para se prostituírem na Espanha.

O grupo atuava recrutando travestis em todo o Brasil por indicação de outros travestis e por meio de consultas na internet. Os recrutados ficavam abrigados na casa de Loraine ou de Pamela, outro membro da quadrilha que, no início das investigações, estava na Itália, provavelmente levando um grupo de pessoas para se prostituírem naquele país. Para embarcar para a Europa, eram necessários cerca de 10 mil euros.

Com o elevado fluxo de travestis para Milão, o serviço de imigração da Itália faz grande número de deportações de travestis que exercem a prostituição no país. Isso obriga a quadrilha a utilizar as chamadas rotas limpas, ou seja, aquelas em que o travesti tem menos risco de ser deportado. As rotas limpas mais utilizadas são Suíça (Zurique e Lugano), França (Paris) e Holanda (Amsterdã). Os travestis desembarcam e então seguem de ônibus ou carro para Milão ou Madri.

Foi detectada também a participação de uma empresa de turismo sediada em Uberlândia. A empresa vende passagens aéreas para travestis em condições extremamente favoráveis, e a intimidade entre o sócio da agência de turismo e um dos integrantes da quadrilha sugere o envolvimento da empresa com o grupo criminoso, segundo a PF.

A PF comunicou oficialmente às autoridades da Itália e da Espanha no Brasil para deflagração conjunta da operação nesses países. Os presos responderão pelos crimes previstos nos artigos 230, 231 e 288 do Código Penal.

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