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| Foto: ETIENNE LAURENT/EPA

Os atentados terroristas do dia 13 novembro foram um dos piores que a França já sofreu e uns dos mais graves na União Europeia desde os ataques em março de 2004 em Madrid, na Espanha. Apesar da preocupação francesa com a segurança, desde o atentado que ocorreu no início de janeiro deste ano, no jornal satírico francês Charlie Hebdo - que resultou na morte de doze pessoas e deixou outras cinco gravemente feridas -, as agências de inteligência da França (Direção de Proteção e da Segurança e Defesa da França, responsável pelo contraterrorismo e contrassubversão; e a Direção-Geral da Segurança Externa, responsável pela espionagem externa) falharam em não impedir novos ataques ao país.

Com mais de 129 pessoas mortas e mais de 350 feridas, os ataques, assumido pelo Estado Islâmico, também conhecido como ISIS, ocorreram de forma simultânea em diferentes pontos de Paris e de Saint-Denis. Outros atentados foram realizados pelo ISIS recentemente, como em Beirute, no Líbano, um dia antes dos atentados na capital francesa, mas atacar uma das principais cidades europeias, símbolo de liberdade e de riqueza cultural do continente, gerou uma grande visibilidade midiática à organização. A mídia é hoje um dos principais instrumentos dos grupos terroristas no sentido de aumentar seu respectivo poder. Em outras palavras, quanto mais impactantes as ações terroristas são consideradas pela mídia e pela sociedade, maior é a propagação do poder relativo de organizações terroristas tal como o ISIS.

Apesar do fenômeno do terrorismo não ser recente na história da humanidade, o termo ficou conhecido durante a Revolução Francesa, na qual o Estado utilizou da violência estatal contra seus próprios cidadãos para tentar combater a revolução. De lá para cá, vários ataques terroristas ocorreram em diversas partes do globo, mas foi a partir dos anos 1980 e 1990 que os atentados passaram a ser mais constantes, sofisticados e com o objetivo de gerar cada vez mais mortes. No entanto, o terrorismo atual se beneficia da tecnologia e das redes sociais para propagar seu poder e seus ideais pelo mundo. Em pronunciamento recente o Presidente da França, François Hollande, afirmou que os ataques foram organizados em território estrangeiro, recebendo também a ajuda de pessoas que viviam na França.

À guisa de conclusão, os ataques em Paris devem ser analisados dentro uma perspectiva que leve em conta variáveis multicausais. Nesse sentido, dentre os variados aspectos, destacamos a presença da França na coalizão internacional contra o ISIS, do país abrigar a maior população muçulmana da Europa, do mesmo ser o maior emissor europeu de combatentes que se juntam a grupos radicais no Oriente Médio e, também, mas não menos importante, do ISIS propagar sua mensagem simbólica pelo mundo, gerando medo e comoção coletiva e ao mesmo tempo novos adeptos aos seus ideais.

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