A oposição do Quirguistão anunciou na TV estatal do país que foi formado um novo governo, após a onda de violência deflagrada no país. Manifestantes opositores mataram o ministro do Interior, Moldomus Kongantiyev, durante uma revolta contra o presidente Kurmanbek Bakiyev. Além disso, o vice-primeiro-ministro foi feito refém. O Ministério da Saúde do Quirguistão confirmou 40 mortos e mais de 400 feridos nos distúrbios.
Já de acordo com Omurbek Tekebayev, líder da oposição, há cerca de 100 mortos nos protestos pelo país. Ele deu a informação na televisão estatal, ocupada pelos oposicionistas. Manifestantes da oposição tomaram o prédio do Parlamento, segundo um repórter da France Presse. Também era possível ver fogo no térreo de um prédio de quatro andares da promotoria em Bishkek.
A oposição no país acusa o governo de violar os direitos civis, de autoritarismo e fracasso na política econômica. Entre 3 mil e 5 mil manifestantes viraram e incendiaram carros na capital, enquanto marchavam rumo à sede da oposição e rumo à sede da presidência, segundo testemunhas.
Na terça-feira (6), mais de mil pessoas romperam barreiras policiais e tomaram controle de escritórios do governo em Talas. Em Naryn, no centro do país, centenas de manifestantes invadiram hoje a sede do governo regional, após o governador se recusar a negociar. Na cidade de Tokmak, nas proximidades da capital, 2 mil manifestantes se reuniram para protestar. Na cidade de Osh, no sul, também há relatos sobre manifestações.
Pobreza
O Quirguistão é um país montanhoso, localizado entre China, Rússia e o sudeste da Ásia. É uma das nações mais pobres da ex-União Soviética, que se dissolveu em 1991. O país enfrenta corrupção e instabilidade crônicas. Os atuais distúrbios lembram os ocorridos em março de 2005, que resultaram na deposição do presidente Askar Akayev.
Os líderes oposicionistas acusam o governo Bakiyev de violações aos direitos básicos, autoritarismo e condução arbitrária de economia. O país tem sofrido com fortes aumentos em bens e serviços essenciais.
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