Brasília - Os partidos oficialistas e de oposição da Argentina uniram-se no dia de hoje (27) em torno de um acordo tático para evitar qualquer manifestação contrária ao governo, em respeito à morte do ex-presidente Néstor Kirchner. Deputados e senadores da oposição costumam ocupar os jornais e os programas de televisão para criticar não apenas a condução da política econômica do governo, mas também as polêmicas e tensas relações de Cristina Kirchner com a imprensa.
As organizações sindicais argentinas também estão evitando discussões políticas, dedicando-se agora à tarde a se concentrar na Confederação Geral do Trabalho (CGT) para organizar as homenagens que diversos sindicatos prestarão amanhã (28), durante o velório de Néstor Kirchner na Casa Rosada.
Julio Piumatto, presidente do sindicato que reúne os trabalhadores da Justiça e que também integra a diretoria da CGT, disse à imprensa que para o movimento sindical argentino a morte de Kirchner significa uma grande perda, porque ele presidiu o primeiro governo peronista desde a morte de Juan Domingo Perón, em 1974. Segundo Piumatto, o ex-presidente foi íntimo aliado dos trabalhadores argentinos, devolvendo-lhes não apenas iniciativas práticas, como os acordos coletivos com os empresários, mas a dignidade.
O presidente da CGT, Hugo Moyano, principal aliado sindical do governo Kirchner, será o coordenador das homenagens que serão prestadas pelos trabalhadores ao ex-presidente morto. Ele afirmou que durante o governo de Kirchner os trabalhadores recuperaram conquistas e direitos que haviam sido negadas na década de 1990, ocasião em que os trabalhadores eram obrigados a assinar contratos para 12 horas de trabalho.
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