Dirigentes de distribuidoras de alimentos são detidos
As autoridades venezuelanas prenderam 49 pessoas, em sua maioria dirigentes de centros de distribuição de alimentos, sob acusações de corrupção, em meio à escassez que assola o país, informou nesta segunda-feira o ministro do Interior, Gustavo González.
As detenções aconteceram em várias regiões do país onde funciona a rede de abastecimento Bicentenario, cuja ex-administradora, Bárbara González, também foi presa no final de janeiro, por supostamente desviar produtos para revendê-los.
“Continuaremos atacando essas redes de corrupção que tentam desestabilizar a paz do país. O governo garantirá a soberania alimentária. Quem prejudicar a justa distribuição de alimentos e produtos de primeira necessidade será detido e processado”, avisou o ministro.
Vários dirigentes foram presos nos seus locais de trabalho, na presença de dezenas de pessoas que aplaudiam a operação, de acordo com um vídeo divulgado por González.
No fim de janeiro, também foram detidos o ex-presidente da Corporação Venezuelana de Aimentos (CVAL), Heber Aguilar, a administradora da instituição, Bárbara Figueroa, e outros três funcionários acusado de corrupção.
Criada em 2010, a CVAL administra várias fábricas agro-industriais e outras unidades de produção estatais.
O governo deu a este organismo a missão de aumentar a produção de alimentos diante da escassez agravada pela queda do preço do petróleo.
Vice-presidente de Economia da Venezuela cai após 39 dias no cargo
O vice-presidente de Economia Produtiva da Venezuela, Luis Salas, foi destituído do cargo nesta segunda-feira (15). Ela estava no cargo havia apenas 39 dias.
Salas será substituído pelo ministro da Indústria e Comércio, Miguel Pérez Abad.
O anúncio foi feito na noite desta segunda pelo presidente Nicolás Maduro, em meio a manobras para tentar reverter uma situação que ele próprio já definiu como “catastrófica.” “Por razões familiares, que venho atendendo, o companheiro Luis Salas vai passar a cumprir outras atividades na equipe econômica diretamente relacionada a mim”, disse Maduro em pronunciamento na TV.
Não está claro se Salas, que esteve recentemente em Brasília para pedir ajuda do governo brasileiro, continuará no cargo de ministro da Economia e Finanças.
Salas, embora seja professor de economia, vinha gerando fortes críticas, algumas dentro do chavismo, pelas posições radicais e declarações polêmicas.
Ele vinha defendendo a tese de que a inflação de mais de 140% que empobrece a maior parte da população venezuelana “não existe na vida real”.
A população também sofre com desabastecimento generalizado, incluindo remédios. Analistas afirmam que a crise econômica explica a ampla vitória da oposição na eleição parlamentar de dezembro.
Salas não é o primeiro nome do novo gabinete anunciado por Maduro em 6 de janeiro a deixar o cargo.
Emma Ortega, nomeada ministra da Agricultura, foi destituída depois do vazamento de um vídeo antigo em que explicava a simpatizantes como agredir norte-americanos caso invadam a Venezuela.
Na gravação, Ortega diz que chavistas devem usar uma caneta para “arrancar-lhes os olhos” e “espichar-lhes as bolas.”
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