O Partido Conservador, de oposição, da Inglaterra, deve reduzir o tom de sua mensagem linha-dura sobre a necessidade de reduzir o crescente déficit fiscal depois que uma pesquisa mostrou que eles correm perigo de perder a eleição que acontece em junho.
A queda dos Conservadores nas pesquisas depois de meses liderando-as pode levar os direitistas do partido a pressionar o líder David Cameron a mudar sua estratégia de campanha centrista, o que ele provavelmente resistirá.
"Os Conservadores devem estar preocupados porque, considerando a impopularidade do (primeiro ministro) Gordon Brown, os Conservadores deveriam estar confortavelmente na dianteira. Isso sugere que algo está errado com a campanha deles", disse Neil Carter, professor de política da York University.
A vantagem dos Conservadores sobre os Trabalhistas, que até recentemente era de dois dígitos, caiu para apenas dois pontos na última pesquisa do Sunday Times/YouGov. Isso reacendeu a esperança dos Trabalhistas de estender seus 13 anos de governo na eleição que Brown precisa convocar até 13 de junho.
De acordo com o sistema britânico, o resultado não daria a maioria a nenhum dos partidos, mas o Partido Trabalhista teria mais vagas no parlamento e teria melhores condições de formar o próximo governo ou como minoria ou por meio de uma coalizão.
Parlamento dividido
Outras pesquisas também apontaram para um "parlamento dividido", ainda que uma vitória conservadora os deixaria com um pouco menos do que a maioria absoluta.
A possibilidade de um parlamento dividido assusta os mercados que temem que um governo de minoria ou de coalizão não teria força para tomar as decisões mais difíceis em relação ao déficit, que está prestes a exceder os 12 por cento do PIB neste ano, nível similar ao da Grécia.
O Partido Trabalhista planeja reduzir o déficit pela metade em quatro anos com cortes começando no ano que vem, mas diz que acabar com o estímulo econômico imediatamente poderia desandar uma tentativa de recuperar-se de uma recessão profunda.
Os Conservadores dizem que isso é muito pouco, muito tarde. Eles prometem "começar cedo" os cortes ao déficit se chegarem ao poder. Eles argumentam que demorar mais poderia causar uma crise de confiança no país que forçaria as taxas de juros para cima. Eles, contudo, ainda não apresentaram números do que querem fazer.
A posição firme dos Conservadores em relação à necessidade de apertar o cinto pode ter reduzido o interesse de alguns eleitores, que temem que cortes dos gastos públicos possam levar à redução do emprego e a piores serviços públicos.
Os Conservadores têm tentado abaixar o tom da mensagem de austeridade "mas isso os deixa vulneráveis a acusações de que eles têm duas caras", disse Tim Bale, palestrante sênior de política na Universidade de Sussex.
As pesquisas podem estar refletindo uma série de tropeços recentes do Partido Conservador enquanto o Partido Trabalhista pode estar sendo recompensado porque a economia está saindo da recessão.
As pesquisas mais apertadas podem aumentar a pressão sobre Cameron por parte da direita para que o partido volte a enfatizar os temas tradicionais dos conservadores como imigração, cortes de impostos e a oposição à maior integração com a Europa.
Congresso reage e articula para esvaziar PEC de Lula para segurança pública
Lula tenta conter implosão do governo em meio ao embate sobre corte de gastos
A novela do corte de gastos e a crise no governo Lula; ouça o podcast
Crítico de Moraes e Lula e ex-desafeto de Trump: quem é Marco Rubio, o novo secretário de Estado dos EUA