Cronologia
Costa do Marfim vive crise política desde 2002, quando houve um golpe de Estado contra o presidente.
Out. 2000 Laurent Gbagbo assume a Presidência.
Set. 2002 Golpe de Estado contra Gbagbo. O país se divide entre Norte, no poder dos rebeldes, e Sul, controlado pelo governo.
2002-2003 Guerra Civil.
2004-2007 Reinício do conflito entre duas facções.
2005 Fim do mandato de Gbagbo, que decide permanecer no poder. Nos cinco anos seguintes, a eleição presidencial foi postergada em 6 ocasiões.
Março de 2007 Acordo de paz entre governo e rebeldes das Novas Forças. O chefe dos rebeldes, Guillaume Soro, se transforma em primeiro-ministro de Gbagbo.
Out-Nov 2010 A eleição presidencial opõe Laurent Gbagbo e Alassane Ouattara, apoiado pelas Novas Forças.
Dez 2010 A ONU reconhece a vitória de Ouattara, mas a Corte Constitucional nomeia Gbagbo presidente. Formado dos governos rivais.
Fev-Março de 2011 A ONU e a União Europeia impõem sanções contra Gbagbo e seus aliados.
28-31 de Março de 2011 As forças pró-Ouattara lançam uma vasta ofensiva no sul do país: tomam o controle da capital administrativa Yamoussoukro e San Pedro, primeiro porto mundial de exportação de cacau, e entram em Abidjan
1 de Abril de 2011 Batalha de Abidjan. Violento combates em torno da residência de Gbagbo e do palácio presidencial.
Abidjã - Forças oposicionistas da Costa do Marfim cercaram ontem o palácio presidencial em Abidjã, a maior cidade do país, e mantiveram combates com as tropas leais ao governo. Houve ataques à tevê estatal, à casa do ditador Laurent Gbagbo (pronuncia-se "bagbô) e a duas bases militares.
As milícias de oposição tentam empossar o rival do ditador, Alassane Ouattara (pronuncia-se "uatarrá). Ele venceu a eleição presidencial de novembro de 2010, reconhecida pela ONU, mas não assumiu porque Gbagbo se recusa a deixar o poder.
O ditador não é visto em público há cinco dias, mas seus aliados continuam a dizer que ele não tem a intenção de deixar o cargo.
Gbagbo governa a Costa do Marfim desde 2000. Originalmente, seu mandato ia até 2005, mas a eleição foi adiada por cinco anos sob a alegação de que a instabilidade no país não a permitia.
Na zona de guerra em que Abidjã se transformou, os homens de Ouattara enfrentam agora os cerca de 2.500 soldados da Guarda Republicana de Gbagbo, além da parte do Exército que não desertou no decorrer dos conflitos.
A oposição alega ter o controle de cerca de 80% do território marfinense. Ontem, ao norte de Abidjã, centenas de soldados leais a Ouattara preparavam-se para o que chamavam de "ataque final às tropas do ditador.
Embora os números de mortos e feridos nos confrontos sejam incertos, a ONG Médicos sem Fronteiras diz ter atendido pelo menos 80 pessoas nos últimos dois dias. A maior parte delas sofreu ferimentos à bala.
A missão de paz da ONU na Costa do Marfim informou ter sido atacada por forças leais a Gbagbo. Houve tiroteio, que durou cerca de três horas e deixou feridos três integrantes da força de paz.
Pressão
A França e a União Africana pediram ontem que Gbagbo renuncie. "Enquanto antes Gbagbo sair, antes acaba a violência", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da França, Bernard Valero.
Valero afirmou ainda não saber o paradeiro do marfinense. Mais cedo, contudo, o embaixador da França na Costa do Marfim, Jean Marc Simon, disse que Gbabgo está provavelmente no palácio presidencial de Abidjã.
"Na quinta-feira vimos um barco com muitas pessoas sair do cais da residência presidencial, que fica perto de uma lagoa, mas não conseguimos saber se ele estava a bordo", disse o embaixador. "Temos razões para acreditar que o presidente Gbagbo está no palácio presidencial", acrescentou.
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