A oposição venezuelana conseguiu validar cerca de 409 mil assinaturas, mais do que o dobro das exigidas pelo Poder Eleitoral da Venezuela, para pedir a ativação de um referendo para revogar o mandato do presidente Nicolás Maduro, anunciou na noite de sexta-feira (24) o líder opositor, Henrique Capriles.
A validação foi realizada em meio a protestos pacíficos depois que autoridades fecharam as escolas eleitorais onde estavam muitos eleitores que aguardavam para validar as assinaturas de apoio ao referendo.
Gritando “revogatório, revogatório”, centenas de opositores protestaram em torno de uma mesa de voto a decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para fechar as escolas por volta das 16h no horário local, enquanto ainda havia centenas de eleitores na fila.
“Estou aqui desde as 6h da manhã e eles não deixaram eu validar a minha assinatura. Isto não é justo. Nós não temos direitos”, disse a assistente administrativa Barbara, de 24 anos, depois que as autoridades civis e militar fecharam um centro de validação que foi instalado no parque de esportes La Boyera, a Leste da capital.
Pelo quinto dia consecutivo, milhares de pessoas em todo o país foram desde o início do dia para as assembleias de voto para validar as assinaturas.
A CNE deu à oposição o prazo de cinco dias, que terminou ontem, para certificar a autenticidade das assinaturas coletadas em abril.
A decisão da CNE de fechar as assembleias de voto foi rejeitada pelo líder da oposição e ex-candidato presidencial, Henrique Capriles, que anunciou que a coligação da oposição ganhou todos os títulos exigidos por 24 estados para ativar uma das fases do processo do referendo.
Capriles disse a repórteres que depois de cinco dias foram validadas 409.313 assinaturas, superando as 195 mil exigidas pelo CNE para ativar uma nova fase do processo.
O líder afirmou que “mais de um milhão de pessoas” foram excluídas do processo por supostas falhas nos registros e “obstáculos” criados pelas autoridades de eleição, permitindo a utilização de apenas 300 máquinas de leitura de impressão digital em todo o país para autenticar as assinaturas.
Maduro enfrenta este processo em meio a uma grave crise econômica, dominada por uma inflação alta e problemas de escassez, que têm provocado protestos de rua e saques de lojas nos últimos meses.
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