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Argentina

Oposição contesta plano para nacionalizar Aerolíneas Argentinas

A presidente Cristina Fernández de Kirchner enfrenta nesta semana um novo atrito político, devido à resistência ao plano de nacionalização da empresa Aerolíneas Argentinas.

Pelo plano, o governo absorveria uma dívida de 900 milhões de dólares da Aerolíneas e de sua subsidiária Austral, hoje pertencente ao grupo espanhol Marsans. Juntas, as empresas dominam 80 por cento do mercado local.

A empresa há meses atravessa uma crise que afeta gravemente seus serviços, criando mais um problema para o governo, já desgastado pelo longo conflito com os ruralistas por causa de um imposto sobre a exportação de soja.

Em julho, a presidente Cristina Kirchner, no cargo desde dezembro, sofreu sua primeira derrota no Senado, justamente na questão do imposto agrícola, por causa do "fogo amigo" no Senado.

"Viemos apresentar uma série de mudanças que no nosso entendimento melhoraram a lei que vamos levar a plenário", disse o deputado peronista Walter Agosto, que questionava o projeto original, após uma reunião pluripartidária.

A principal mudança no projeto, que chega na quinta-feira ao plenário, é que o governo se compromete a manter a empresa ao invés de revendê-la.

A Marsans e o governo apresentarão suas respectivas avaliações do valor da companhia, e em caso de discordância pode haver arbitragem internacional. O secretário de Transportes, Ricardo Jaime, disse que o governo provavelmente não terá nada a pagar à Marsans.

Alguns parlamentares de oposição tentam promover um outro projeto que basicamente levaria a Aerolíneas à falência e deixaria com a Marsans o problema da dívida, o que permitiria que o governo comprasse aviões e rotas.

"Queremos garantir que a empresa continue operando, mas não queremos que (o Estado) assuma a dívida ou os prejuízos mensais da companhia", disse o deputado oposicionista Esteban Bullrich.

Defensores do projeto governista dizem que essa alternativa seria perigosa, em parte porque algumas cidades do país são atendidas exclusivamente pela Austral e a Aerolíneas.

"Não é prático em termos de continuidade do serviço", disse o deputado Carlos Raimundi.

Nos últimos anos o governo nacionalizou os serviços postais, a principal companhia de água e uma empresa ferroviária.

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