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A nova carta da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, sobre a polêmica morte do promotor Alberto Nisman gerou críticas da oposição e desconcerto no governo. Não só por que a chefe de Estado voltou a se manifestar por meio das redes sociais, mas porque os comentários contradizem o que ela havia dito anteriormente.

Em seu novo texto — o terceiro em apenas quatro dias —, Cristina mudou o discurso e colocou em dúvida a tese do suicídio do promotor, admitindo que ele teria sido forjado. Um ministro próximo ao círculo mais íntimo da presidente citou um "constrangimento total", segundo o jornal "Clarín".

"Nós não esperávamos, mas sabíamos que alguma coisa ia dizer, como pode acontecer nos próximos dias", disse o ministro, que não foi identificado, ao jornal argentino.

Em um comunicado, a deputada da oposição Elisa Carrio afirmou que a falta de seriedade da presidente traz medo à sociedade. "Após ser conhecida a morte de Nisman ela falou de suicídio. Derrubada a tese de suicídio falou de assassinato. O único que é mantido sempre é que a culpa é da vítima", disse Elisa.

Em entrevista à rádio La Once Diez, o senador e pré-candidato à presidência Ernesto Sanz criticou o fato de Cristina usar as redes sociais. "É incompreensível que a presidente continue comunicando pelas redes", disse. "Se a presidente acredita que Nisman foi morto, é preciso descabeçar a cúpula de Segurança."

O presidente da Delegação de Associações Israelitas Argentinas (Daia), Julio Schlosser, se disse surpreso com a carta, advertindo que gera ainda mais dúvidas sobre o que aconteceu. "Estamos cansados de não ter nenhuma resposta, o que queremos é a verdade, e a verdade parece distante, as dúvidas crescem com estas declarações", disse.

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