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A oposição da Tailândia, representada pelo Partido Democrata, prometeu nesta segunda-feira (8) tirar o país da crise política ao mesmo tempo em que movimenta-se para formar o próximo governo tailandês, numa sucessão de acontecimentos que sugere a ajuda dos militares. O Partido Democrata pediu formalmente ao presidente da assembléia da câmara baixa do Parlamento que convoque uma sessão de emergência para comprovar sua maioria. Este é um passo obrigatório na formação de um novo governo. "O Partido Democrata está pronto para governar. Faremos nosso melhor para tirar o país da crise", disse o líder do partido, Abhisit Vejjajiva. O partido afirma ter o apoio de 260 congressistas - 166 dos quais são integrantes do partido e os demais de ex-integrantes do governo - na Câmara Baixa, que atualmente possui 438 membros.

Vários meses de caos político na Tailândia se intensificaram em agosto, quando a oposição cercou o escritório do primeiro-ministro e, poucos meses depois, os dois aeroportos da capital, numa manifestação de uma semana que acabou na última quarta-feira. A maioria das pessoas acredita que as ações da Aliança do Povo pela Democracia - o grupo de promoveu as atividades opositoras - tiveram apoio tático dos militares, que se recusaram a tomar medidas rígidas contra a oposição.

O Partido Democrata declarou seu apoio à aliança, mas recusou-se a participar das manifestações de rua, que muitas vezes resultaram em violência. A aliança acusa o governo de ser agente do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, que foi derrubado num golpe militar em 2006, sob alegação de corrupção. Thaksin, que por anos foi o político mais influente do país, fugiu em julho e agora vive nos Emirados Árabes Unidos.

O Democrata, segundo maior partido do país até uma semana atrás, ganhou força com a deserção de ex-aliados de Thaksin após o colapso da coalizão de governo na semana passada, quando três de seus partidos foram apontados culpados num caso de fraude eleitoral.

Militares

Órgãos de imprensa locais acreditam que as deserções foram encorajadas pelos militares, que têm grande participação na política tailandesa. "Pessoas de uniforme estiveram pressionando facções políticas para que se juntassem ao governo liderado pelo Democrata", disse Jatuporn Phromphan, congressista ligado a Thaksin.

Já Abhisit, o candidato democrata a primeiro-ministro, negou qualquer envolvimento com a repentina elevação de integrantes do partido. "Tudo foi feito e deve ser feito por meio do processo parlamentar", afirmou ele.

O porta-voz do Exército, coronel Sansern Kaewkumnerd, também negou as acusações, dizendo que as Forças Armadas não estão envolvidas com política. Os militares organizaram, com sucesso, 18 golpes no passado. O último foi de 2006, contra Thaksin.

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