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A oposição da Venezuela denunciou o desaparecimento forçado de um empresário identificado como Ricardo Albacete Vidal, que acolheu a ex-candidata da Plataforma Unitária Democrática (PUD) e líder antichavista María Corina Machado em sua casa no estado de Táchira durante recente visita da ex-deputada à região.
Informações divulgadas pelo Comitê de Direitos Humanos da Vente Venezuela, organização liderada pela oposicionista do regime de Nicolás Maduro, apontam que Albacete Vidal foi detido por funcionários do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência).
Horas antes do desaparecimento, a organização informou que suas propriedades foram invadidas no mesmo estado, incluindo a casa onde hospedou a líder da oposição venezuelana.
O caso acontece dias depois do candidato da principal coligação da oposição (PUD), o ex-embaixador Edmundo González Urrutia, ter denunciado que o Serviço Nacional Integrado de Administração Aduaneira e Tributária (Seniat) fechou por 14 dias o restaurante que ele frequentava.
Nas últimas semanas, o regime de Maduro fechou ou fiscalizou outros 16 estabelecimentos que receberam líderes oposicionistas desde o início da campanha para as eleições do dia 28 deste mês.
Entre os sancionados estão hotéis e restaurantes, além de trabalhadores independentes que prestavam algum serviço aos opositores, como barqueiros, motociclistas, técnicos de som e motoristas.
Maduro discursa sobre "guerra ou paz" em evento político
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quinta-feira (11) que o país decidirá entre "guerra ou paz" nas eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais ele tentará se reeleger e enfrentará nove candidatos nas urnas.
"No dia 28 de julho decidiremos guerra ou paz. 'Guarimba' (protesto violento) ou tranquilidade. Pátria ou colônia. Democracia ou fascismo. Você está preparado? Você está preparado? Estou preparado, tenho amor pela Venezuela, tenho experiência, não tenho medo nem do diabo, Deus está comigo, Deus está conosco, o povo está conosco", disse.
Durante um evento em uma cidade do estado de Aragua, no norte do país, como parte de sua campanha eleitoral, Maduro afirmou que no próximo dia 28 a Venezuela não tomará "uma decisão qualquer", mas uma que definirá "o destino dos próximos 50 anos do país".
Na quarta-feira, o líder chavista disse que em 29 de julho - o dia seguinte às eleições - ele assinará um "primeiro decreto" para convocar "um grande diálogo nacional" e, assim, "pensar (sobre) a Venezuela do futuro".
Já a líder opositora María Corina Machado disse à agência EFE que espera que Maduro concorde em negociar uma transição ordenada porque, segundo ela, o ex-embaixador Edmundo González Urrutia, que concorre pela principal plataforma de oposição, vai ganhar o pleito.
Na opinião da ex-deputada, Maduro - no poder desde 2013 - perdeu "a confiança e o apoio do povo", e por isso optou por semear "o medo", uma estratégia que, segundo ela, "não funciona".
Na quinta-feira, outro candidato, Antonio Ecarri, pediu um debate entre os participantes da eleição presidencial porque o país está enfrentando "outra crise" e à beira de "uma guerra civil".