O presidente da Argentina, Alberto Fernández, foi criminalmente denunciado nesta sexta-feira (23) pela oposição após dizer que não cumpriria a decisão da Suprema Corte que o obriga a restituir recursos financeiros para a cidade de Buenos Aires.
A ex-deputada Elisa Carrió, líder da Coalizão Cívica, apresentou a denúncia junto com legisladores do bloco opositor, acusando Fernández dos crimes de insurreição, desobediência judicial, abuso de autoridade e violação dos deveres de um funcionário público, de acordo com o documento ao qual a Agência EFE teve acesso.
Além disso, a denúncia se estende a outros membros do governo, como o ministro do Interior, Eduardo de Pedro, o ministro da Economia, Sergio Massa, e o chefe de Gabinete, Juan Manzur.
“Estes comportamentos são uma afronta ao sistema republicano de governo, já que não só desafiam publicamente a autoridade constitucional de um dos poderes do Estado, como enfraquecem as instituições republicanas e parecem constituir crimes de ação pública”, diz a denúncia. O partido liberal Republicanos Unidos também apresentou uma queixa criminal.
Esta controvérsia começou em 2020, quando o governo Fernández cortou os recursos que deveriam ser transferidos para a capital - que também é uma unidade autônoma da Argentina, como as províncias - em conceito de restituição de impostos que o Fisco cobra e que devem ser distribuídos entre as províncias e a cidade de Buenos Aires.
O prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, uma das principais figuras da oposição, foi à Suprema Corte, que na quarta-feira (21) decidiu que o Poder Executivo deveria devolver 2,95% dos fundos da chamada coparticipação federal para a capital. Ou seja, a cidade deve receber 180 bilhões de pesos (US$ 997 milhões), além do que já recebe.
“É inexplicável que o Estado nacional ignore, desobedeça, previna, recuse, omita ou atrase o cumprimento de uma decisão, só porque é contrária a suas pretensões”, diz o documento da denúncia. Além disso, diferentes blocos de oposição estão preparando um pedido de impeachment contra Fernández, a destituição de parte do gabinete presidencial e acusações de sedição.
Hugo Motta troca apoio por poder e cargos na corrida pela presidência da Câmara
Eduardo Bolsonaro diz que Trump fará STF ficar “menos confortável para perseguições”
MST reclama de lentidão de Lula por mais assentamentos. E, veja só, ministro dá razão
Inflação e queda do poder de compra custaram eleição dos democratas e também racham o PT
Deixe sua opinião