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Protestos

Oposição denuncia reunião de paramilitares na Venezuela para desestabilizar a América Latina

Nicolás Maduro, acompanhado pelo presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Diosdado Cabello
Nicolás Maduro, acompanhado pelo presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Diosdado Cabello (Foto: MIGUEL GUTIÉRREZ/EFE)

Opositores da ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela denunciaram uma reunião que teria acontecido neste mês em uma importante base militar em Caracas com a participação de autoridades do chavismo e de grupos paramilitares e políticos da região, para discutir a desestabilização da América Latina. Iván Simonovis, enviado especial de Segurança e Inteligência do governo interino de Juan Guaidó aos EUA, afirmou ao jornal americano Nuevo Herald que o principal objetivo da reunião era criar planos de trabalho para fomentar a desestabilização de democracias da região, como Colômbia, Chile e Equador.

Simonovis, ex-chefe da polícia em Caracas que ficou preso pelo regime por 15 anos, disse ao jornal espanhol ABC que "o objetivo da reunião era potencializar alguns dos protestos que já existiam e mudar o foco de interesse do continente para que a atenção deixe de estar colocada sobre a Venezuela".

"Isso demonstra mais uma vez o caráter criminoso do regime de Nicolás Maduro. Estes grupos estão totalmente decididos a desestabilizar toda a América Latina", afirmou Simonovis.

Segundo o representante de Guaidó nos EUA, entre as autoridades do chavismo participaram da reunião no Fuerte Tiuna, o grande complexo militar em Caracas: Diosdado Cabello, número dois do chavismo; Delcy Rodríguez, vice de Maduro; Iván Hernández Dala, chefe da Direção Geral de Contrainteligência Militar (Dgcim), entre outros.

Foram convidados para a reunião, segundo relatório de fontes da inteligência venezuelana entregue ao jornal ABC: Valentín Santana, líder do coletivo venezuelano La Piedrita; o chileno Héctor Llaitul, líder da Coordinadora Arauco-Malleco; e o colombiano Hernán Velásquez Saldarriaga, conhecido como Paisa Montero, líder do grupo dissidente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), entre outros.

Pelo Twitter, Simonovis disse que os participantes concordaram em dar início a um plano de treinamento para os coletivos [grupos paramilitares armados que apoiam o chavismo] "em matéria de inteligência, e transmitir instruções sobre insurgência a grupos milicianos, que executarão ações desestabilizadoras fora da Venezuela".

Segundo o relatório ao qual teve acesso a reportagem do ABC, o treinamento dos coletivos venezuelanos seria realizado por membros das Farc. O documento ainda afirma que o chileno Llaitul "dará um fórum sobre a guerra política no continente, para diferentes frentes socialistas que atualmente fazem parte de um programa chamado 1x100, aplicado em suas comunidades e bairros, indo de casa em casa com um discurso de doutrinação".

Os países do Tratado Interamericano para Assistência Recíproca (Tiar) se reunirão na próxima terça-feira (3) em Bogotá, Colômbia, para debater a situação da Venezuela e analisar a influência do chavismo nos protestos na região, informou Juan Guaidó, dizendo que os países participantes compartilharão informações de inteligência na reunião.

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