Vários partidos opositores e movimentos revolucionários egípcios convocaram para esta sexta-feira uma jornada de protestos para expressar sua repulsa ao domínio político da Irmandade Muçulmana.
No Cairo, foram organizadas duas passeatas em direção ao Palácio Presidencial que partirão após a oração muçulmana do meio-dia das mesquitas de Al Nour, no bairro de Abassiya, e de Rabea al Adauiya, no distrito de Masr al Guedida.
A Frente de Salvação Nacional (FSN), que agrupa a oposição não islamita, participará dos protestos para rejeitar um regime que "tenta impor sua vontade individual sobre o povo, enquanto dirige o país em favor da Irmandade Muçulmana".
A FSN explicou ontem em comunicado que os manifestantes insistirão nas reivindicações de formar um "Governo de salvação nacional", destituir o procurador-geral e criar uma comissão para reformar a Constituição e outra para investigar a morte de manifestantes durante os protestos recentes.
Além das passeatas na capital, acontecerão atos similares em outras cidades como Suez, Ismailiya, Al Fayum e Port Said, onde os opositores devem sair das principais praças principais rumo às sedes dos governadores provinciais.
Os opositores consideram que as autoridades utilizaram as mesmas práticas do regime anterior de Hosni Mubarak para reprimir os manifestantes, que há uma semana saíram às ruas para rejeitar a política do presidente egípcio, Mohammed Mursi, e da Irmandade Muçulmana.
Mais de 50 pessoas morreram e mil ficaram feridas desde a sexta-feira passada quando começaram os distúrbios em coincidência com a comemoração do segundo aniversário do início da revolução que derrubou o regime de Mubarak.
Ontem, as distintas forças políticas egípcias deram os primeiros passos para um diálogo nacional a fim de resolver a crise, em um encontro auspiciado pela prestigiada instituição sunita Al- Azhar, no qual todas as partes condenaram a recente violência.