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Novo governo

5 exigências da esquerda italiana para se juntar a um governo do 5 Estrelas

O líder do Partido Democrático (PD), Nicola Zingaretti, responde a perguntas de jornalistas em frente à sede do partido, em Roma, 20 de agosto de 2019 (Foto: Alberto PIZZOLI / AFP)

O presidente italiano, Sergio Matarella, deu início nesta quarta-feira (21) a intensas conversações com líderes políticos para determinar se uma nova coalizão de governo é viável, já que o líder de um dos principais partidos do país sinalizou disposição para formar uma nova maioria parlamentar.

Um governo alternativo é uma das duas principais opções no momento para o chefe de Estado depois que o primeiro-ministro Giuseppe Conte renunciou na terça-feira, pouco mais de um ano depois de assumir uma aliança populista entre a Liga e o Movimento Cinco Estrelas. A outra é marcar uma data para uma nova eleição, o que poderia levar Matteo Salvini, líder da Liga, a se tornar primeiro-ministro.

Mattarella, que tem o poder exclusivo de nomear governos e convocar eleições, está pronto para dar ao Cinco Estrelas e ao Partido Democrata, ou PD, tempo para fazer um acordo, que seria de alguns dias, segundo o jornal Corriere della Sera.

"Agora é a nossa vez de mudar e mostrar o caminho", disse o líder do PD, Nicola Zingaretti, na quarta-feira. "Devemos estar abertos para ver se existe a possibilidade de uma nova maioria parlamentar capaz de abordar as questões que o país enfrenta".

Zingaretti impôs cinco condições para uma possível aliança com o Movimento 5 Estrelas:

  • filiação leal à União Europeia;
  • pleno reconhecimento da democracia representativa (o M5E nasceu como partido que pedia a democracia direta no lugar da representativa);
  • desenvolvimento econômico baseado em políticas de sustentabilidade;
  • mudanças na política migratória (considerada muito rígida pela esquerda);
  • novas políticas de desenvolvimento para redistribuir a riqueza.

Zingaretti já havia dito que uma nova eleição seria um "presente para a perigosa direita". A ideia de uma aliança entre o PD e o M5E foi encabeçada pelo ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, e se tornou uma opção mais plausível quando os dois partidos contrariaram o pedido de Salvini por um voto de desconfiança em Conte.

Os mercados financeiros se animaram com a perspectiva de um novo governo, em vez de novas eleições.

A crise política italiana foi desencadeada quando o vice-primeiro-ministro Matteo Salvini, líder da Liga, retirou o seu apoio à aliança governista com o M5E, buscando capitalizar bons resultados de pesquisas de opinião e desestabilizar o governo enquanto o Parlamento estava em recesso.

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