A oposição italiana tomou as ruas neste sábado (6) para protestar contra um decreto do governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi que visa restaurar seus candidatos à cédula eleitoral em duas eleições regionais.
Líderes da oposição de centro-esquerda disseram que o decreto aprovado em uma reunião de gabinete emergencial na sexta-feira é antidemocrático por violar a lei eleitoral na véspera dos pleitos regionais de 28 e 29 de março.
Horas após sua aprovação, uma corte de Milão restituiu o governador da Lombardia Roberto Formigoni, um forte aliado de Berlusconi, à lista de candidatos, rejeitando supostas irregularidades em sua candidatura.
O governo disse que o decreto não altera a lei eleitoral, mas deu orientações claras aos juízes quanto à maneira de lidar com suas apelações.
Uma corte de Roma deve julgar na segunda-feira outro pedido do Povo da Liberdade, partido de Berlusconi, para ter sua lista de candidatos restaurada à cédula eleitoral em Lazio depois que o partido perdeu o prazo de 27 de fevereiro para se registrar.
Apesar de uma série de escândalos no ano passado, a coalizão de Berlusconi deve ter um ótimo desempenho nas urnas, já que pesquisas mostram que a dividida oposição tem taxa de rejeição acima de 70 por cento.
A maior agremiação de centro-esquerda, o Partido Democrata, realizou passeatas em Roma e em Milão e conclamou uma manifestação nacional na capital no próximo final de semana por conta do decreto.
Membros de uma sociedade civil chamada Popolo Viola fizeram uma "vigília" pela democracia diante do escritório do presidente Giorgio Napolitano no final da sexta-feira visando demovê-lo de assinar a legislação.
No sábado, depois que o esquerdista Napolitano autorizou o decreto, dezenas de seus membros organizaram um novo protesto perto do parlamento com cartazes dizendo: "Presidente, Não Entendemos." Eles pediam aos cidadão que escrevam a Napolitano exigindo uma explicação.