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O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, cujo governo é alvo de protestos populares, enfrenta reivindicações feitas pela oposição nesta terça-feira (4) por mudanças constitucionais que reduziriam bastante os seus poderes.

Yanukovich ainda avalia quem ele indicará como o seu novo primeiro-ministro. Há rumores de que ele estaria considerando a nomeação de um político linha-dura, que atualmente comanda a sua administração.

Enquanto o banco central ucraniano voltou a intervir para evitar a corrida por dólares e o enfraquecimento da moeda local, a Ucrânia criticou de forma dura a Alemanha, depois que o ministro do Exterior alemão afirmou que sanções deveriam ser usadas como uma ameaça, se uma solução política para a crise não fosse encontrada.

Pelo menos seis pessoas morreram nas duas últimas semanas, em violência política sem precedentes em Kiev, cujo centro é agora uma entrincheirada zona de protesto.

Os confrontos entre a polícia de choque e grupos de manifestantes radicais têm despertado preocupações globais sobre a possibilidade de uma guerra civil na ex-república soviética de 46 milhões de habitantes.

Apesar de Kiev não registrar violência nos últimos dias, governos ocidentais alertam Yanukovich de que os distúrbios podem voltar se ele não fizer um acordo com a oposição.

Os protestos começaram em novembro passado, quando o presidente recusou um acordo comercial com a União Europeia (UE) e decidiu se aproximar economicamente da Rússia. A medida revoltou ucranianos que sonham com um futuro europeu para o país.

Em meio à disputa geopolítica entre a Rússia e o Ocidente, Yanukovich tem difíceis escolhas a fazer sobre as alianças que fará.

Os Estados Unidos e a UE dão apoio aos manifestantes, e a ajuda econômica prometida pelos russos tem como condição que o presidente forme um governo com o qual Moscou simpatize.

Yanukovich, de acordo com comentários atribuídos a um aliado político, tem dito que não vai usar a força para desocupar as ruas.

A oposição defendeu nesta terça-feira no Parlamento o retorno de uma Constituição anterior, o que significaria que o presidente perderia importantes poderes acumulados desde que ele foi eleito em 2010.

Esses poderes incluem a nomeação do primeiro-ministro, do governo e dos governadores regionais.

A oposição também pede o perdão incondicional para todos os manifestantes presos.

"Uma das saídas é a redistribuição dos poderes. Depois disso podemos ficar mais seguros sobre mudanças no país", disse o lutador de boxe e agora um dos principais líderes da oposição, Vitaly Klitschko.

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