O secretário-geral da frente unida de oposição, Omar Barboza, disse que “provocações” visam levar os adversários de Maduro ao “caminho da abstenção e da violência”| Foto: EFE/Rayner Peña R.
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A oposição ao ditador Nicolás Maduro na Venezuela descartou nesta sexta-feira (28) o adiamento ou cancelamento das primárias para escolher o candidato que vai enfrentar o chavismo na eleição presidencial de 2024.

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As prévias, marcadas para 22 de outubro, estão ameaçadas por uma série de problemas, como a renúncia nesta semana de María Carolina Uzcátegui, vice-presidente da comissão que organiza o processo, e tentativas de Maduro de sabotar o pleito de 2024.

“Decidimos ir até o fim, como dizem alguns candidatos, mas democraticamente, constitucionalmente, por meio do voto. Não vamos renunciar a isso”, declarou o secretário-geral da frente unida de oposição, Omar Barboza, em coletiva de imprensa em Caracas. “As primárias são o caminho, não devemos nos deixar assustar ou intimidar por aqueles que nos querem fazer sair da via democrática.”

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Uzcátegui renunciou na quarta-feira (26), alegando falta de condições “técnicas e logísticas” para as primárias e de transparência em relação aos eleitores que moram no exterior.

“Fomos muito honestos com os venezuelanos no exterior, nunca dissemos a eles que seu registro garantia sua participação nas eleições definitivas [as presidenciais de 2024]”, disse Barboza nesta sexta-feira.

“É possível que haja falhas, mas a solução para a existência dessas falhas não é se afastar da luta. Confiamos na equipe técnica, que nos disse ontem para continuarmos trabalhando. Estabelecemos entre 2,5 mil e 3,5 mil centros de votação”, acrescentou, citando que as “provocações” do chavismo visam levar a oposição ao “caminho da abstenção e da violência” – o qual descartou.

Em junho, o historiador Rafael Arráiz Lucca, então membro suplente da comissão das primárias, havia sido o primeiro integrante do órgão a renunciar, depois que a oposição anunciou que levaria adiante o processo de escolha do seu candidato presidencial mesmo sem apoio técnico do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Começando pelos reitores ligados ao governo, todos os cinco membros titulares do CNE, órgão que organiza e supervisiona as eleições na Venezuela, renunciaram às suas cadeiras no mês passado. A opinião entre analistas é que se tratou de uma manobra chavista para desmotivar o eleitorado e nomear um conselho ainda mais pró-governo. O processo de definição dos novos membros do CNE ainda está em andamento.

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Também no mês passado, a Controladoria-Geral da Venezuela anunciou a inelegibilidade de alguns pré-candidatos oposicionistas, como a ex-deputada María Corina Machado, uma das favoritas nas primárias da oposição.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]