O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, fez uma nova oferta aos manifestantes oposicionistas que exigem sua saída do cargo. Ele propôs ficar na Presidência até a realização das eleições, mas transferindo seus poderes para um governo interino, disse uma fonte da oposição nesta quarta-feira.
A oposição rejeitou prontamente a oferta, que um porta-voz qualificou como "tentativa de prolongar a sobrevivência do regime".
Saleh fez a proposta em uma reunião na terça-feira à noite com o líder do partido islamita Islah, Mohammed al-Yadoumi. Segundo um porta-voz da oposição, essa foi a primeira vez que Saleh negociou com Islah, que já foi seu parceiro no governo.
Semanas de protestos em Sanaa e outras cidades deixaram à beira do colapso o governo de Saleh, que está há 32 anos no poder.
Os Estados Unidos e a Arábia Saudita, aliados cruciais na ajuda financeira ao país, que é pobre, estão preocupados com a sucessão dele. Ambos consideram o regime de Saleh um bastião de estabilidade, capaz de evitar que a rede Al Qaeda amplie sua ação nesse país da Península Arábica, que muitos acreditam estar próximo da desintegração.
A ala da Al Qaeda no Iêmen assumiu a autoria de uma fracassada tentativa de explodir um avião com destino à cidade norte-americana de Detroit, em 2009, e de bombas colocadas em cargueiros que iam para os EUA em outubro de 2010.
O pregador islâmico Anwar al-Awlaki, uma figura da cúpula do braço da Al Qaeda no Iêmen, elogiou as revoltas pelo mundo árabe que, segundo ele, dariam uma maior amplitude para os islamistas se pronunciarem.
Autoridades dos EUA afirmam gostar de trabalhar com Saleh --que permitiu ataques aéreos impopulares dos EUA contra a Al Qaeda no Iêmen. Segundo Saleh, o embaixador norte-americano em Sanaa está envolvido nas conversações para encontrar uma solução.
Qualquer acordo entre Saleh e os partidos poderia resultar em problemas com uma outra força: os manifestantes.
Grupos que se denominam Revolução da Juventude dizem que não vão por fim a seus protestos na Universidade de Sanaa enquanto Saleh e seus aliados não forem removidos do poder.
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