Criança iemenita mostra as palmas das mãos, nas quais foi pintada uma mensagem antigoverno| Foto: Ahmad Gharabli/AFP

Sanaa - Manifestantes iemenitas que exigem a saída do presidente Ali Abdullah Saleh disseram ontem que insistirão para que ele deixe o poder logo, culpando-o pela violência que despertou temores nos Estados Unidos de um caos que possa beneficiar militantes.

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Explosões em uma fábrica de armas anteontem mataram mais de 100 pessoas em uma cidade do sul onde islâmicos parecem ter expulsado as forças do governo – um lembrete da instabilidade que os aliados ocidentais de Saleh temem no empobrecido país árabe.

A rede de tevê Al Arabiya afirmou que o saldo de mortos pode chegar a cerca de 150. A principal coalizão de organizações oposicionistas disse que Saleh é culpado pela presença de grupos militantes como a Al Qaeda na província de Abyan, onde a explosão ocorreu.

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"Condenamos este crime horrível e acusamos o presidente e sua gente de envolvimento com a Al Qaeda e grupos armados a quem oferecem instituições governamentais em Abyan. O caos foi planejado antecipadamente", declararam em um comunicado. "A continuação de Saleh no poder é um perigo ao Iêmen, seu povo e seus interesses internacionais", o grupo acrescentou.

Moradores de Abyan disseram nos últimos dias que forças de segurança desertaram na cidade de Jaar, cenário da detonação. Os governantes das províncias de Jawf e Saada, no norte, também se retiraram, talvez temendo confrontos com tribos opostas ao presidente. No centro do país, o governador de Maarib foi esfaqueado depois de tentar dispersar um protesto no início do mês.

Saleh, que vem se mostrando alternadamente conciliador e desafiador, prometeu em público não fazer novas concessões a adversários que exigem sua renúncia após 32 anos de governo autoritário.

Sobrevivente longevo de guer­­ras civis e de militantes, ele declarou que o Iêmen pode en­­trar em um conflito armado e se fragmentar em interesses regionais e tribais se abandonar o cargo.

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