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A Plataforma Unitária Democrática (PUD), que reúne os principais partidos e líderes da oposição venezuelana, entregou nesta semana um documento de 33 páginas aos representantes da Noruega, país responsável por mediar as negociações com o regime de Nicolás Maduro, no qual denuncia o descumprimento por parte dos chavistas dos acordos assinados em outubro passado em Barbados.
O documento, que também foi entregue ao chefe negociador do regime de Caracas, o chavista Jorge Rodríguez, em uma reunião realizada na sede do Parlamento do país, contém, segundo os opositores, evidências de violações parciais do acordo assinados com a ditadura de Maduro, que previa a realização de eleições presidenciais no segundo semestre deste ano, com amplas garantias e sem represálias políticas.
Entre as violações, os opositores destacam a perseguição do regime contra políticos contrários ao chavismo, a ratificação da inabilitação da candidata presidencial escolhida pela PUD, María Corina Machado, pelo Supremo Tribunal da Venezuela, a expulsão de funcionários de direitos humanos das Nações Unidas e a campanha de instituições do Estado que desqualificaram as primárias opositoras, nas quais Machado obteve mais de 90% dos votos.
O chefe negociador da oposição, Gerardo Blyde, afirmou que o objetivo da entrega do documento é “tentar resgatar o cumprimento do acordo de Barbados em todos os seus temas” e exigiu que o regime chavista “comece a cumprir o que foi assinado”.
Blyde disse que o documento apresentado à Noruega será mantido “em reserva” e insistiu na necessidade de restabelecer a “existência plena” do que foi firmado em Barbados, como condição para avançar nas negociações. Ele também agradeceu o papel do país mediador e disse que espera que a Noruega “continue a exercer pressão” para que o regime de Caracas respeite os acordos que foram assinados.