As tropas do governo sírio ameaçaram neste domingo (05) desencadear uma "batalha decisiva" pelo controle de Alepo, maior cidade do país. Há relatos de que as forças de Bashar Assad ampliaram os bombardeios contra o bairro de Salaheddin, controlado pelos insurgentes. Já em Damasco algumas ações de guerrilha lançadas pela oposição síria parecem mostrar que a rebelião ainda não foi esmagada na capital.

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A mídia estatal da Síria disse que o governo lançou ataques em Alepo contra combatentes turcos e do Catar, deixando "vários" mortos. O governo sírio acusa a Turquia e o Catar de terrorismo.

Neste final de semana, pelo menos 260 pessoas foram mortas na Síria, grande parte nos combates entre insurgentes e tropas do governo, informou o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, grupo da oposição sediado em Londres. A maioria foi morta em confrontos nos subúrbios de Damasco e em Alepo, mas também em vilarejos ao redor do país.

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Também no domingo os rebeldes exibiram um vídeo que mostra 48 iranianos capturados e acusados de espionagem pela oposição.

Uma voz no vídeo, que narra a situação, alerta que todos os iranianos na Síria serão "capturados ou mortos". O Irã afirma há meses que não enviou tropas nem policiais para ajudar seu aliado o presidente sírio Bashar Assad, a esmagar a insurgência. Mas países vizinhos como Turquia, Arábia Saudita e Catar acusam Teerã de apoiar o regime sírio com armas, dinheiro e homens.

Mais tarde neste domingo, o Irã chegou a pedir ajuda aos governos da Turquia e do Catar, para que assegurem a libertação dos 48 iranianos capturados neste final de semana em Damasco pelos rebeldes. O ônibus que transportava os iranianos foi interceptado pelos insurgentes no sábado, de acordo com a mídia iraniana. A televisão estatal do Irã descreveu os 48 como peregrinos xiitas, que queriam visitar um santuário xiita em Damasco.

"Nós recebemos a informação sobre os iranianos e começamos a vigiá-los há dois meses", disse o capitão Abdel Nasser al-Shumais, comandante de um batalhão de insurgentes chamado Brigada Al-Baraa.

Astronauta sírio foge - O primeiro cidadão sírio a ir para o espaço, Mohammad Ahmad Faris, fugiu neste domingo para a Turquia e juntou-se às forças opositoras que lutam contra o regime do presidente Bashar Assad, na mais recente das deserções de figuras importantes do país. A informação foi divulgada pela agência de notícias estatal turca Anatólia.

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Faris, de 61 anos, cruzou a fronteira com a Turquia após chegar ao quartel-general do Exército Livre da Síria (ELS) em Alepo, ter se reunido com comandantes rebeldes no local e declarar sua solidariedade ao grupo rebelde, disse a agência Anatólia.

"Estamos com vocês, com nossas vidas e nosso sangue", disse Faris aos colegas do ELS, segundo a Anatólia. A agência disse que foi a quarta tentativa de Faris de desertar e que as três anteriores falharam. Não foram divulgados detalhes de sua fuga ou a fonte das informações.

Faris se junta, dessa forma, a uma série de figuras importantes - dentre elas altos oficiais do Exército - que abandonaram o regime de Assad desde o início do levante, em março de 2011. No mês passado, o general brigadeiro Manaf Tlass, velho amigo e confidente de Assad, tornou-se o primeiro integrante do círculo interno do presidente a desertar, medida considerada um triunfo pela oposição. Em julho, um integrante do Parlamento sírio também deixou o país.

Faris, que é piloto da Força Aérea, fez parte de uma missão espacial soviética composta por três integrantes em 1987 e se tornou o primeiro sírio a ir para o espaço, disse a Anatólia. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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