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O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal órgão opositor no exílio, classificou de "farsa" as eleições legislativas que ocorreram nesta segunda-feira (7) no país, por "não representarem a vontade verdadeira do povo".

O dirigente do CNS, Mulhem Al Drubi, informou à Agência Efe que a oposição não reconhece o pleito ao considerar que o processo eleitoral não está sendo "legítimo nem livre". Além disso, Drubi explicou que o presidente sírio, Bashar al Assad, que comanda o país desde 2000, quer se manter no poder através sob a sombra dos tanques.

"Assad já perdeu sua legitimidade como presidente da Síria e tem que renunciar ao poder para que depois comece uma vida democrática verdadeira na Síria", destacou. Dessa forma, a oposição interna decidiu boicotar as eleições por consideradas que serão manipuladas. A partir da medida, 695 candidatos em Damasco se retiraram, entre os 7.195 candidatos.

Cerca de 15 milhões de sírio foram convocados para comparecer às urnas nesta segunda-feira para escolher 250 cadeiras da Assembleia do Povo ou Parlamento. Essas são as primeiras eleições pluripartidárias desde 1963, quando o partido do governo, Baath, chegou ao poder.

As autoridades possibilitaram a participação de uma dezena de partidos neste pleito, de acordo com as reformas prometidas pelo regime de Al-Assad e tenta sufocar a revolta que eclodiu em março de 2011.

Com este pleito, o país pretende dar início ao pluralismo político, definida pela Constituição aprovada em fevereiro. Além disso, segundo a nova Lei de Partidos, a Irmandade Muçulmana, os grupos curdos e aqueles partidos que tenham uma base religiosa, tribal ou regional ficam excluídos das eleições.

Enquanto as eleições legislativas estão sendo realizadas, a violência na Síria continua, denunciaram os ativistas Comitês de Coordenação Local. O grupo informou em comunicado sobre a morte nesta segunda de três soldados desertores, detenções e disparos das forças da ordem em várias localidades dos arredores de Damasco.

Também ocorreram greves e manifestações contra o pleito pelo país. As hostilidades prosseguem apesar do cessar-fogo, solicitado pela ONU e em vigor desde 12 de abril, além da presença de uma missão avançada de observadores internacionais no território.

Os observadores estão na Síria para verificar o cumprimento do plano de paz do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan. Entre outros pontos, a iniciativa pede o fim da violência, a retirada dos tanques das cidades, a libertação dos detidos de forma arbitrária e o início de um diálogo entre o Governo e os opositores.

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