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Oposição síria condiciona diálogo a saída de Assad

Soldados leais ao presidente Bashar al-Assad montam guarda em rua de Damasco | REUTERS/ Alaa Al-Marjani
Soldados leais ao presidente Bashar al-Assad montam guarda em rua de Damasco (Foto: REUTERS/ Alaa Al-Marjani)

A oposição síria afirmou nesta quarta-feira (29) que só participará de uma conferência internacional de paz se houver algum prazo para que o presidente da Síria, Bashar al-Assad, deixe o poder.

Em sua primeira reação oficial à conferência que Estados Unidos e Rússia desejam promover nas próximas semanas em Genebra, a coalizão oposicionista adotou uma declaração exigindo "garantias internacionais vinculantes" para qualquer resolução que leve ao fim de dois anos de guerra civil na Síria, que já matou estimadas 80 mil pessoas.

A declaração, emitida no fim de sete dias de reuniões marcadas por disputas internas, exige "a remoção do cabeça do regime e do comando militar e de segurança".

As discussões em Istambul, na Turquia, foram marcadas por discordâncias dentro da coalizão a respeito de sua própria ampliação e da nomeação de uma nova liderança. A falta de unidade ameaça privar a aliança, dominada por grupos islâmicos, de apoio internacional.

Os 60 grupos que integram a coalizão até agora não chegaram a um acordo sobre um envolvimento mais amplo do bloco liberal da oposição, o que agradaria a governos árabes e ocidentais interessados em reduzir a influência islâmica na coalizão oposicionista.

Novos sinais de discordância entre os rebeldes surgiram nesta quarta-feira, quando grupos de oposição dentro da Síria acusaram oposicionistas no exílio de prejudicarem a rebelião e de carecerem de legitimidade.

Quatro grupos oposicionistas dentro da Síria divulgaram nota criticando a "discórdia em curso" entre os exilados e dizendo que pelo menos metade da liderança da coalizão deveria ser composta por "forças revolucionárias".

Diplomatas dizem que a conferência de Genebra pode acontecer em meados de junho, mas funcionários governamentais no Oriente Médio afirmam que ela poderá ser adiada para julho.

O governo sírio diz que não imporá pré-condições à sua realização, mas que ainda não decidiu quem será seu representante.

Enquanto a coalizão oposicionista se desentende em Istambul, as forças de Assad continuam levando adiante sua contraofensiva.

Com apoio do grupo xiita libanês Hezbollah, que segundo a inteligência francesa teria fornecido 4 mil combatentes, o Exército de Assad está lutando para desalojar rebeldes de um reduto na fronteira libanesa.

Suas tropas já obrigaram os rebeldes a recuar na província de Deraa (sul) e recapturaram algumas áreas próximas à periferia leste de Damasco, consolidando seu controle desde a capital até os bolsões litorâneos da minoria alauíta, de Assad.

Nesta quarta-feira, a TV estatal disse que as forças do governo capturaram uma base aérea próxima à cidade de Qusair.

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