A oposição síria acusou ontem as forças do presidente Bashar Assad de realizar um ataque com arma química. Usando uma forma de gás letal, o governo teria matado centenas de homens, mulheres e crianças enquanto dormiam. O incidente, que pode ser o mais grave ataque com armas químicas desde a década de 1980, levou a uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, a Organização das Nações Unidas, em Nova York.
De acordo com rebeldes sírios, algo entre 500 e 1.300 pessoas morreram em subúrbios de Damasco controlados por rebeldes, vítimas do ataque.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse estar chocado com a notícia. A Rússia defendeu o governo sírio e afirmou que a denúncia é uma "provocação" dos rebeldes.
França, Grã-Bretanha, EUA e outros países defenderam que inspetores da ONU que chegaram nesta semana a Damasco aproveitem para investigar o incidente in loco.
Em Israel, o ministro da Defesa, Moshe Yaalon, disse a jornalistas que a Síria usou armas químicas, e que essa não foi a primeira vez.
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Meses atrás, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que o uso de armas químicas seria um fator grave o suficiente para justificar a intervenção americana na Síria. Em junho, quando ficou estabelecido que Assad havia empregado armas químicas contra os rebeldes em situações mais limitadas e igualmente contestadas, Washington intensificou seu apoio aos rebeldes.
Se confirmado, o ataque de ontem com gás deve aumentar a pressão sobre Obama para que entre na crise síria. Um dos dilemas americanos é a informação de que opositores de Assad recebem apoio da rede terrorista Al-Qaeda.
Em reuniões anteriores do Conselho de Segurança da ONU, a Rússia defendeu Bashar Assad e vetou tentativas de sancionar o governo sírio. O mesmo deve ocorrer agora.
1.300 mortes é o número máximo estimado pela oposição síria do suposto ataque com armas químicas ocorrido ontem em uma região a leste de Damasco. Se confirmado, ataque químico será o maior do mundo nos últimos 30 anos.