Grupos opositores da Síria denunciaram nesta quarta-feira que dezenas de pessoas morreram na aldeia de Al Qubayr, na província de Hama, em um novo massacre cometido pelas forças do regime de Bashar al Assad.
Esta cidade foi primeiro bombardeada pelo Exército e depois atacada pelos "shabihas" (milícias do regime) e por membros das forças de segurança, disse à Agência Efe pela internet o ativista local Abu Hisham.
Segundo ele, os mortos chegam a cerca de 100 e a maioria deles foi executada. Já os Comitês de Coordenação Local confirmaram a morte de 78 pessoas, enquanto a Comissão Geral da Revolução registrou 30 mortos.
A maioria das vítimas, entre as quais há mulheres e crianças, foi assassinada com armas de fogo e armas brancas. Várias casas foram queimadas.
A Comissão Geral da Revolução indicou que as forças governamentais cometeram execuções sumárias, já que grande parte dos corpos apresenta marcas de tiros a curta distância.
Um dos principais redutos da oposição síria, Hama foi alvo de bombardeios nesta quarta-feira. Aviões militares sobrevoam algumas cidades da província, de acordo com as informações dos ativistas opositores.
Horas antes, os grupos opositores denunciaram também em Hama outro massacre cometido pelas forças do regime, após encontrar na cidade de Kafr Zayta seis corpos carbonizados em várias casas após a retirada das tropas.
Este novo massacre, que não pode ser confirmado de forma independente devido às restrições impostas pelo regime ao trabalho dos jornalistas, ocorre menos de duas semanas após mais de 100 pessoas morrerem no massacre de Houla, na província de Homs.
A violência se recrudesceu na Síria desde a chacina em Houla, cometida no dia 25 de maio, que levou os rebeldes no interior do país a romperem seu compromisso com o cessar-fogo, que entrou em vigor no dia 12 de abril, mas foi violado diariamente.
Após o sucedido em Houla, também aumentou a pressão internacional, e as principais potências ocidentais decidiram expulsar os embaixadores sírios de seus países.
O conflito que começou em março de 2011 entre a oposição e o regime na Síria já deixou, segundo a ONU, mais de 10 mil mortos, 230 mil deslocados internos e 60 mil refugiados em países limítrofes. EFE