O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal órgão da oposição no exílio, afirmou neste sábado (18) que o Governo chinês prefere defender os interesses do regime do presidente da Síria, Bashar al Assad, aos do povo.
"A China sacrificou os interesses do povo sírio e preferiu defender os do regime. Por isso não há ira somente entre os sírios, mas também nos demais povos árabes, que estão contra a política desse país e da Rússia", ressaltou à Agência Efe, o responsável do CNS, Ahmed Ramadan.
Ramadan reagiu assim depois que o vice-ministro de Relações Exteriores chinês, Zhai Jun, se encontrou neste sábado (18) em Damasco com Assad e expressou seu apoio às reformas, embora tenha solicitado o fim da violência.
"O vice-ministro devia ter pedido ao Governo sírio a cessação imediata do assassinato do povo sírio, a retirada de suas forças das cidades, a libertação dos presos e o cumprimento do plano da Liga Árabe e da resolução contra o regime adotada pela Assembleia Geral da ONU", frisou o dirigente do CNS.
Nesse sentido, Ramadan opinou que Pequim "não exerce um papel positivo na crise síria" e segue respaldando Damasco com seu veto no Conselho de Segurança da ONU, o que impede que sejam aprovadas penas contra a repressão do regime neste organismo.
O CNS calcula que mais de 8.500 pessoas morreram desde o início dos protestos em março do ano passado, além dos mais de meio milhão de sírios deslocados de seus lares destruídos pelos bombardeios das forças do regime.
"Se a China é incapaz de desempenhar um papel político no conflito sírio, podia pelo menos fazê-lo no âmbito humanitário, ajudando a abrir corredores de segurança para proteger os civis e permitir a chegada de ajuda", concluiu o responsável do CNS.
Por sua parte, o coordenador da também opositora Comissão Síria de Proteção aos Civis, Haizam Rahman, pediu após uma entrevista coletiva no Cairo que se melhore a defesa e mobilização dos civis.
"Pedimos ao mundo ajuda humanitária e a provisão de armas porque a etapa pacífica da revolução síria terminou. O regime impôs uma guerra genocida aberta contra os civis", disse Rahma.
Além disso, instou à comunidade internacional a proteger os civis, inclusive através de uma intervenção militar se for necessário.
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