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Oriente Médio

Oposição síria envia amostras de ataque para o exterior

Jovens palestinas usam velas durante um protesto contra o presidente sírio Bashar Assad | Suhaib Salem/Reuters
Jovens palestinas usam velas durante um protesto contra o presidente sírio Bashar Assad (Foto: Suhaib Salem/Reuters)
Presidente Obama espera que o governo sírio autorize investigação por especialistas da ONU |

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Presidente Obama espera que o governo sírio autorize investigação por especialistas da ONU

Rebeldes sírios conseguiram enviar para fora do país amostras colhidas das vítimas do suposto ataque com armas químicas ocorrido na última quarta-feira. O objetivo é ter o material examinado por especialistas.

"Nós colhemos as amostras e mandamos para fora da Síria", disse à Reuters, em Istambul, o secretário-geral da Coalizão Nacional Síria, Badr Jamous. Ele se negou a dizer para onde as amostras foram enviadas. Há informações de que o material foi mandado para a Jordânia.

O presidente sírio, Bashar Assad, está sob crescente pressão internacional para permitir que os inspetores da ONU que estão na Síria investiguem o suposto ataque desta semana na região suburbana de Ghouta, em Damasco, controlada por rebeldes.

A oposição diz que poderia garantir a segurança dos inspetores em áreas sob seu controle. "É crucial que esses inspetores cheguem lá em 48 horas", disse Khaled Saleh, porta-voz da coalizão oposicionista, em entrevista coletiva.

Ele aparentemente estava respondendo a insinuações feitas pelo governo russo de que a oposição síria estaria obstruindo uma investigação objetiva sobre o ataque. Segundo partidários de Assad – a Rússia entre eles –, rebeldes sírios teriam armado o ataque, que matou centenas de pessoas durante o sono, para incriminar o governo.

Ativistas sírios já haviam dito que pretendiam enviar amostras colhidas das vítimas para os inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) que chegaram no domingo passado a Damasco a fim de investigar três supostos ataques químicos anteriores, de proporções menores.

A coalizão oposicionista disse ter informações preliminares baseadas em múltiplas fontes – incluindo um membro das forças de Assad – de que 16 mísseis foram lançados em um ataque inicial, pouco depois de 2h30 de quarta-feira (20h30 de terça em Brasília).

Obama pede mais esclarecimentos

Folhapress

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que a comunidade internacional precisa saber mais sobre a acusação de ataque químico na Síria e pediu que Damasco autorize a investigação. Questionado sobre uma intervenção, descartou que a ação militar possa dar fim ao conflito sectário.

As declarações foram exibidas ontem pela rede de televisão CNN, dois dias após a oposição síria denunciar a ocorrência de um ataque químico em quatro cidades ao leste da periferia de Damasco, área que é dominada por rebeldes.

Segundo os insurgentes, o regime de Bashar Assad bombardeou a área com um gás que causou a morte de centenas de pessoas. Damasco nega a acusação e afirma que as alegações contra suas forças são "ilógicas e fabricadas".

Na entrevista, Obama afirmou que está em contato com a comunidade internacional para pressionar por uma investigação dos observadores da Organização das Nações Unidas (ONU), no país desde domingo passado. "O que vimos indica que é claramente um grande evento, de muita preocupação, e estamos em contato com toda a comunidade internacional".

Ele não comentou se pretende fazer uma intervenção militar no país, como prometeu caso fosse provado o uso do armamento. No entanto, descartou que a ação de tropas americanas fosse a solução, já que, além da guerra civil, o país está imerso em um conflito sectário.

"A noção de que os EUA podem de alguma forma resolver um complexo problema sectário dentro da Síria algumas vezes é exagerada", disse Obama.

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