Após conversa com oposição síria, Steffan de Mistura disse que está otimista e determinado a continuar as negociações de paz no país.| Foto: FABRICE COFFRINI/AFP

Diversos representantes da oposição na Síria se encontram neste domingo (31), em Genebra, com o enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura. O grupo quer afirmar sua posição de que está pronto para participar de conversas de paz se o regime sírio atender suas demandas.

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“Estamos contando com a boa vontade de nossos amigos para parar com o sofrimento do povo sírio”, disse Salem al-Mislet, um porta-voz da delegação de opositores. “É isso que facilitou nossa missão e nossa viagem a Genebra”, disse Mislet.

A delegação, que conta com 24 membros da oposição síria, chegou ao final de sábado em Genebra, tendo saído da capital da Arábia Saudita, Riade, após deliberações e atrasos. O grupo afirma ter recebido garantias de apoio de aliados em países árabes e no Ocidente.

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A oposição quer encerrar os bombardeios e o cerco a áreas rebeldes promovido pelo regime sírio, o qual tem apoio do Irã e da Rússia. Essa é a condição exigida para que o grupo possa então participar das conversas em busca de uma solução política para o conflito que já dura cinco anos.

A delegação que representa o governo do presidente sírio Bashar al-Assad chegou em Genebra na sexta-feira (29) e já se reuniu com o enviado da ONU em separado.

Diversos membros da oposição tinham dito mais cedo que estavam hesitando em ir à Genebra porque acreditavam que as conversas seriam um simples veículo para impor uma resolução da Rússia e dos Estados Unidos à qual muitos rejeitam.

Três membros da oposição, que disseram ter encontrado com norte-americanos e russos e discutido as ideias, disseram que o plano contempla uma combinação de apoiadores do regime e da oposição na formação de órgãos do governo e militares.

Publicamente, autoridades da Rússia e dos Estados Unidos negam que uma resolução tenha sido elaborada sobre a Síria e que ela seja a razão por trás da determinação de segurar o andamento das conversas de paz.

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Os EUA e seus aliados do Ocidente, os quais apoiam a oposição financeira e politicamente, colocaram extrema pressão na delegação e nos aliados regionais da Arábia Saudita e Turquia para participarem sem condições, de acordo com diplomatas ocidentais e líderes da oposição síria.

Os opositores afirmam que se sentem traídos e rejeitariam qualquer acordo imposto a eles por potências mundiais. Eles ainda expressam dúvidas sobre a viabilidade de um acordo de acabar com uma guerra que já matou mais de 250 mil pessoas e deixou milhões desabrigados.

Eles afirmaram que havia um senso de que combater as ameaças emanando da Síria - como o grupo Estado Islâmico e o fluxo de refugiados para o continente - agora supera qualquer outra consideração pelos Estados Unidos e o Ocidente.

O Estado Islâmico, que não participa das conversas de paz, assumiu a responsabilidade por uma série de ataques a bomba neste domingo (31) em Seyda Zeinab, uma cidade no sul de Damasco. As explosões mataram ao menos 45 pessoas e deixaram dezenas de feridos.

O secretário de Estado norte-americano John Kerry pediu que aliados do regime e opositores sírios tirem vantagem das negociações. Kerry, o maior arquiteto do esforço diplomático, diz que a guerra tem que acabar e que um cessar-fogo permitiria a todos ter maior foco em combater o Estado Islâmico.

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