Os principais partidos de oposição da Síria rejeitaram neste domingo (01) um novo plano internacional de paz que deixa aberta a possibilidade de o presidente Bashar Al Assad permanecer como integrante de um governo de transição.
Segundo grupos de oposição, mais de 14 mil pessoas foram mortas desde o início dos protestos contra o regime de Al Assad, em março do ano passado. O principal movimento de oposição do país diz que somente na semana passada foram mortas 800 pessoas em uma ofensiva do governo para retomar territórios controlados por rebeldes.
Os participantes de uma conferência da ONU sobre o conflito na Síria adotaram neste sábado um plano de paz. Por insistência da Rússia, no entanto, o acordo deixou aberta a possibilidade de Al Assad participar do governo interino. O plano original do enviado especial da ONU, Kofi Annan, propunha o afastamento de Assad e a formação de um governo de unidade nacional. O governo de transição também supervisionaria a elaboração de uma nova constituição e a realização de eleições.
A oposição fragmentada da Síria, contudo, é contra qualquer solução que envolva negociações com Assad ou sua permanência no poder.
Bassma Kodmani, uma porta-voz do principal grupo de oposição, o Conselho Nacional Sírio, diz que o plano é "ambíguo" e não traz um mecanismo ou cronograma de implementação. Segundo Kodmani, o plano tem alguns elementos positivos, que dão a entender que os membros do Conselho de Segurança concordam que o período de transição não deve ser liderado por Al Assad. Mas ela diz que isso deve ser colocado de forma mais explícita.
O regime de Al Assad não comentou o plano, mas o presidente vem repetindo que o governo tem a responsabilidade de eliminar terroristas - o termo usado por ele para os que se opõem ao regime - e que não aceitará nenhum modelo de governo que não seja sírio. As informações são da Associated Press.