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O opositor venezuelano Sergio Garrido venceu no domingo a eleição para governador do estado de Barinas, terra natal de Hugo Chávez. Com 55,36% dos votos, o candidato da Mesa da Unidade Democrática (MUD) foi eleito para governar o estado, que foi comandado pelo chavismo desde 1998.
O candidato chavista Jorge Arreaza ficou em segundo lugar, com 41,27% dos votos. Ele reconheceu a derrota histórica por meio de uma publicação no Twitter antes da divulgação oficial dos resultados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
"Barinas querida, a informação que recebemos de nossas estruturas do PSUV indicam que não alcançamos o nosso objetivo. Agradeço de coração nossa heroica militância", tuitou Arreaza, que foi ministro de Relações Exteriores de Nicolás Maduro.
No domingo, os eleitores de Barinas foram às urnas escolher o seu governador para os próximos quatro anos, após o cancelamento das eleições realizadas no dia 21 de novembro do ano passado - quando ocorreram as eleições regionais em todo o país, com a posterior proclamação dos vencedores em todos os estados, exceto em Barinas.
Na terra de Hugo Chávez, a votação foi repetida por ordem do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que anulou os resultados obtidos na época após ter julgado que o candidato da oposição Freddy Superlano - que venceu por uma estreita margem o governista Argenis Chávez -, concorreu irregularmente.
Após a anulação do pleito, o irmão de Hugo Chávez e governador de Barinas, Argenis Chávez, renunciou ao cargo e retirou a sua candidatura à reeleição.
Além de Garrido e Arreaza, também disputou as eleições o opositor Claudio Fermín, considerado um dissidente do movimento majoritário anti-Chávez.
Com o resultado, a oposição terá quatro dos 23 governos do país. O chavismo hoje tem 19 governos e a capital Caracas, que tem status especial.
Campanha chavista em dia eleitoral
O opositor Freddy Superlano, vencedor das eleições regionais de Barinas de novembro do ano passado, denunciou no domingo a presença de autoridades chavistas que usam recursos públicos para fazer campanha durante o dia em que novas eleições eram realizadas.
"Claro que há também uma forte presença dos grupos de governadores que estão aqui. Como denunciamos, com os recursos dos seus estados, eles estão fazendo campanha aqui", disse Superlano - que não pôde concorrer nas eleições porque foi desqualificado, segundo o Supremo Tribunal Federal -, após ter votado em um centro do município de Barinas.
O opositor assegurou ainda que "a presença de militares e policiais em Barinas aumentou em relação ao ocorrido em 21 de novembro" e que a visita ao estado de altos funcionários de diferentes componentes de segurança do país foram "impulsionadas".
"Barinas está militarizada. Mesmo nos dias depois de 21 de novembro, já havia grande presença militar. Agora isto foi reforçado com funcionários da Polícia Nacional Bolivariana, das Forças de Ação Especial, do Corpo de Investigações Científicas, Criminais e Criminais e do próprio serviço de inteligência do Estado", afirmou.
Por outro lado, Superlano destacou que "o processo de votação desta vez tem sido muito mais rápido", em comparação com as eleições canceladas. Além disso, ressaltou que houve um "fluxo maior" de eleitores, em comparação com as eleições de novembro.
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