A aliança opositora venezuelana Mesa da Unidade Democrática (MUD) expressou neste domingo (20) seu apoio ao setor estudantil em protesto desde 12 de fevereiro ter seu próprio diálogo com o governo, dentro das reuniões em andamento para buscar uma saída para a crise política na Venezuela.
"Eles não querem se somar a uma discussão dos dirigentes políticos. Eles querem ter sua própria discussão", afirmou o secretário-executivo da MUD, Ramón Guillermo Aveledo, em entrevista ao canal privado "Globovisión".
"O movimento estudantil em conflito deve ser escutado diretamente e nós apoiamos que assim seja", afirmou.
Os estudantes que protestam contra a gestão do presidente Nicolás Maduro se negaram a participar das conversas de paz entre a oposição e o governo até que se cumpram uma série de condições.
Entre seus pedidos estão uma lei de anistia para os estudantes detidos desde o início dos protestos, que o diálogo seja mediado pelo núncio apostólico (representante diplomático da Santa Sé) e um representante da Conferência Episcopal Venezuelana e que seja transmitido em cadeia de rádio e televisão.
Aveledo ressaltou que entre as exigências ao governo por parte da oposição e dos universitários existem "pontos coincidentes", mas que os estudantes têm "sua própria entidade, personalidade e como tal devem ser respeitados".
Maduro convidou em várias ocasiões os estudantes a um diálogo, mas a resposta afirmativa sempre se condicionou a uma série de requisitos.
Mesmo assim, Aveledo insistiu que o encontro entre o Executivo e o setor universitário em protesto "deve ser fixado".
Lideradas por setores estudantis e de oposição, a Venezuela vive uma onda de protestos contra as políticas governamentais desde 12 de fevereiro. Em alguns casos, as manifestações se tornaram violentas e o saldo até o momento é de 41 mortos e 650 feridos.
Para tentar buscar uma solução para a crise, governo e oposição começaram em 10 de abril, com a presença de "boa fé" do núncio Vaticano e de três chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), uma série de reuniões.
Na segunda e até agora última delas, realizada na terça-feira (15), o governo se negou a aceitar uma lei de anistia para os considerados pela oposição como "presos políticos", mas concordou em analisar alguns casos, assim como o retorno dos exilados.
A condenação da violência, a incorporação da oposição aos planos governamentais em questões de segurança cidadã, a renovação dos poderes do Estado com o mandato vencido e a apuração das denúncias de abusos policiais e torturas foram os pontos nos quais houve um acordo.
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