A Plataforma Unitária Democrática (PUD), que reúne diversos partidos e movimentos da oposição ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela, emitiu um comunicado na quarta-feira (6) condenando as acusações e ordens de prisões emitidas pelo procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, ligado ao regime chavista, contra vários de seus líderes, entre eles três membros do partido Vamos Venezuela, liderado pela candidata presidencial María Corina Machado, que já recebeu uma inabilitação para assumir cargos eleitorais por órgãos ligados à ditadura de Maduro.
A PUD disse que a ação do procurador-geral se trata de “covardes medidas de perseguição” por parte do regime venezuelano contra seus opositores. Saab emitiu mandados de prisão contra opositores e os acusou nesta quarta-feira pelos crimes de “conspiração, traição à pátria, lavagem de dinheiro e associação para delinquir”, por supostamente atentarem contra o referendo sobre a anexação do território de Essequibo, realizado no último domingo (3). Entre os acusados estão Julio Borges, Yon Goicoechea, Juan Guaidó, Leopoldo López, Lester Toledo, Carlos Vecchio, David Smolansky e os dissidentes do chavismo Rafael Ramírez e Andrés Izarra.
A PUD rejeitou as acusações de Saab e chamou elas de “nova investida judicial” do regime “contra um grupo de venezuelanos democratas”. Os opositores afirmam que a ditadura chavista quer prendê-los pelo “delito de trabalhar em favor da mudança para a nossa Venezuela”. Além disso, eles também denunciaram a detenção dos dois cidadãos norte-americanos que foram envolvidos nas acusações de Saab e do presidente da ONG Súmate, Roberto Abdul-Hadi, que foi preso na noite de quarta-feira pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin).
A coalizão opositora afirmou que as “covardes medidas de perseguição” de Maduro “buscam equivocadamente minar a firmeza e a unidade” da oposição, que se reuniu para formar uma “força democrática” junto à candidata eleita pelas primárias opositoras María Corina Machado para construir em 2024 uma “contundente vitória eleitoral”, que tenha como “protagonista o povo venezuelano".
A PUD pediu apoio da comunidade internacional, especialmente dos países “aliados e preocupados” com uma mudança democrática na Venezuela, como os EUA, para que ajudem no processo de libertação dos opositores presos. O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediu em sua conta oficial no X (antigo Twitter) a libertação de todos os presos políticos na Venezuela e o fim da perseguição política.
“O regime na Venezuela segue cometendo atrocidades contra aqueles a quem se deve e a quem estava chamado a proteger: a cidadania venezuelana”, escreveu Almagro.
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