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Oposição venezuelana denuncia repressão durante reunião de cúpula

Mulher caminha ao lado de muro onde, sob a figura de Chavez, está escrita a palavra ‘referendum’, em alusão ao referendo que caminha na Venezuela | Federico Parra/AFP
Mulher caminha ao lado de muro onde, sob a figura de Chavez, está escrita a palavra ‘referendum’, em alusão ao referendo que caminha na Venezuela (Foto: Federico Parra/AFP)

A oposição venezuelana denunciou repressão a seus membros na ilha caribenha de Margarita no momento em que milhares de delegados chegam para o encontro de países não alinhados. A reunião de delegados de 120 países começa nesta terça-feira (13) sob forte esquema de segurança. O evento ressalta a crise política no país, após a oposição prometer denunciar abusos do governo a delegados estrangeiros.

A coalizão Mesa de Unidade Democrática disse que a polícia revistou a casa de um prefeito na segunda-feira (12) e levou várias pessoas para serem interrogadas. Na semana passada, um jornalista foi preso por publicar vídeos em que o presidente Nicolás Maduro é confrontado por um panelaço.

A Assembleia Nacional, controlada pela oposição, pretende fazer uma sessão simbólica em Margarita, coincidindo com a cúpula.

Acesso negado a observadores

Ao mesmo tempo, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, criticou duramente a Venezuela por negar acesso de seus representantes em meio a denúncias procedentes do país que causam “grave preocupação”. Zeid Ra’ad Al Hussein disse que o governo de Caracas negou o visto à sua representante regional durante os últimos dois anos e meio.

Entre as preocupações citadas por Zeid Ra’ad Al Hussein durante a abertura da 33ª sessão do Conselho de Direitos Humanos figuram a repressão da oposição e dos grupos da sociedade civil, as prisões arbitrárias, o uso excessivo da força contra manifestantes pacíficos, a erosão da independência das instituições e do estado de direito, o dramático declive dos direitos econômicos e sociais, com a fome cada vez mais generalizada e a deterioração do sistema de saúde pública.

“Meu escritório acompanhará de perto a situação no país e expressará suas preocupações em relação aos direitos humanos”, acrescentou.“Os Estados podem fechar nossos escritórios, mas não podem nos calar”, afirmou ante os representantes dos 47 membros do Conselho.

Além da Venezuela, também criticou Síria, Irã, Belarus e Turquia, que se negam a cooperar com os especialistas ou negam parcialmente acesso aos observadores.

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