Estudante com cópia gigante da Constituição venezuelana protesta em Caracas contra a prorrogação do prazo para a posse de Chávez| Foto: Jorge Silva/Reuters

Oposicionistas venezuelanos lamentaram nesta sexta-feira (11) que o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, tenha chancelado o adiamento por tempo indeterminado da posse do presidente Hugo Chávez e ressaltou que a organização só deveria ter se pronunciado depois de ouvir seus argumentos em uma audiência marcada para a próxima terça-feira (15).

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"A declaração do secretário-geral da OEA é francamente lamentável. Ao lê-la, não pude evitar uma profunda decepção", disse o secretário-executivo da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), Ramón Guillermo Aveledo, em uma nota divulgada pelo grupo. Insulza "não deveria ter se precipitado ao se referir ao fundo da questão sem tê-la ponderado e sem ter recebido nossos argumentos".

Chávez está internado em Cuba desde dezembro último, quando foi submetido a uma nova cirurgia --a quarta em um ano e meio-- contra um câncer na região pélvica. Ele não é visto ou dá declarações em público desde que chegou à ilha, o que alimenta boatos a respeito de seu estado de saúde.

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O venezuelano deveria ter tomado posso de seu novo mandato, conquistado na eleição de outubro passado, ontem mas, ainda em recuperação, não pode comparecer. O Tribunal Supremo de Justiça, mais alta corte do país, decidiu que a posse formal pode ser adiada indefinidamente e que tanto vice quanto ministros podem permanecer nos seus cargos, porque há "continuidade" no comando.

Nesta sexta, Insulza considerou que o debate em torno da posse de Chávez "já foi resolvido pelos três Poderes do Estado da Venezuela: o Executivo estabeleceu, o Legislativo debateu, e o Judiciário resolveu", afirmou, em declarações reproduzidas pela OEA (Organização de Estados Americanos).

Para a oposição, o adiamento indefinido fere a Constituição, e o vice, Nicolás Maduro, não possui a legitimidade necessária para exercer a Presidência, pois na Venezuela, diferentemente do Brasil, o vice não é eleito, e sim apontado pelo presidente.

Maduro nesta sexta anunciou que vai viajar novamente a Cuba para visitar Chávez e seus familiares, que acompanham sua recuperação. No país está também a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, aliada do venezuelano.