A oposição venezuelana solicitará até a próxima segunda-feira (7) a anulação da eleição presidencial de 14 de abril, vencida por estreita margem pelo socialista Nicolás Maduro, em meio a crescentes denúncias governistas contra líderes da coalizão, incluindo o candidato derrotado Henrique Capriles. O anúncio ocorre depois de o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) rejeitar um pedido da oposição para rever todos os cadernos, atas e comprovantes de votação, como forma de esclarecer se houve irregularidades na eleição, a mais acirrada no país em meio século, decidida por uma margem de votos inferior a 2 pontos percentuais.

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"Há prazo até 6 de maio (para a impugnação)", disse Capriles a jornalistas. "Vamos decidir com a equipe jurídica que está trabalhando no recurso." Capriles, governador do Estado de Miranda, disse que o comando de campanha da oposição recebeu milhares de denúncias para respaldar a impugnação e que elas serão entregues ao Tribunal Supremo de Justiça.

O ex-candidato acrescentou que qualquer venezuelano que desejar pode se incorporar ao recurso de impugnação. A apertada vitória de Maduro, herdeiro político do falecido presidente Hugo Chávez, motivou violentos protestos da oposição, com um saldo, segundo o governo, de nove mortos.

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Enquanto a oposição declara Maduro presidente "ilegítimo" e solicita a recontagem dos comprovantes das urnas eletrônicas, os governistas ameaçam levar os dirigentes oposicionistas para a cadeia e exercem uma pressão cada vez maior contra Capriles e outras figuras públicas.

Um dirigente governista disse nesta segunda-feira que entregará a um Parlamento regional provas de uma suposta corrupção cometida por Capriles na época em que era prefeito de um dos municípios que compõem Caracas, quando ele teria distribuído contratos a empreiteiras de familiares seus.

A denúncia surge depois que a Assembleia Nacional, que desde a semana passada cassou a palavra da oposição "por não reconhecer Maduro", instituiu uma CPI para investigar a responsabilidade de Capriles nos incidentes pós-eleitorais.

O deputado governista Pedro Carreño disse que a CPI reunirá provas obtidas pelo Ministério Público, a Defensoria do Povo e a polícia científica.