Segurança
Obama pode antecipar decisão de enviar tropas
Folhapress
Washington - O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, afirmou ontem considerar "muito provável" que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anuncie já antes do segundo turno das eleições no Afeganistão a sua decisão de enviar mais militares para aquele país.
Obama comemorou a aceitação de Karzai em participar do segundo turno e disse considerar "vital" que "elementos da sociedade afegã continuem a se unir pelo avanço da democracia, da paz e da justiça". "A Constituição afegã foi fortalecida pela decisão de Karzai, e isso é de interesse primordial para o povo afegão", disse Obama em um comunicado.
O líder dos EUA elogiou ainda as "ações construtivas" de Karzai para estabelecer um importante precedente para a nova democracia afegã.
Cabul - O ex-chanceler afegão Abdullah Abdullah, rival do presidente Hamid Karzai, disse ontem que está preparado para disputar o segundo turno das eleições em seu país, que deve ocorrer em 7 de novembro. Mas deixou aberta a possibilidade de formar um governo de coalizão com Karzai, o que cancelaria a segunda votação.
Assessores do presidente Barack Obama disseram, sob a condição de anonimato, que os Estados Unidos acatariam essa partilha de poder, dependendo de como ela seria implementada.
Segundo o jornal The New York Times, diplomatas ocidentais e funcionários afegãos afirmaram, no entanto, que a formação de um governo compartilhado é remota. Eles disseram que houve um grande interesse no início, mas que a negociação fracassou porque os dois candidatos não conseguiram chegar a um acordo.
Os oficiais informaram ainda que não há pressão para que Karzai e Abdullah fechem um acordo mesmo que isso resultasse no fim do impasse político em que o país está mergulhado desde a eleição de 20 de agosto. "Já começamos a preparação para o segundo turno", disse Abdullah. "Vamos deixar os afegãos decidirem. Esse é o meu compromisso."
O oposicionista discursou um dia após Karzai ter concordado em disputar o segundo turno, depois de uma investigação concluir que ele não obteve os 50% dos votos necessários para vencer no primeiro turno.
Uma comissão da ONU determinou que fossem invalidados quase 1 milhão dos votos de Karzai, por causa de fraudes. Assim, o presidente ficou com 48,3% dos votos, em vez dos 54,6%.
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